A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pode mexer no bolso do consumidor aqui no Brasil, especialmente quando o assunto é café e carne.
Segundo o Ministério da Fazenda, essa nova taxa pode dificultar bastante as exportações para os EUA, o que levaria a uma sobra de produto no mercado interno. Resultado? Os preços tendem a cair.
Guilherme Mello, secretário de Política Econômica da pasta, foi direto: “Essa tarifa de 50% chega a ser proibitiva para um conjunto de produtos que nós exportamos”. E entre esses produtos estão dois dos mais tradicionais da nossa balança comercial: café e carne bovina.
A lógica é simples. Com menos café e carne indo para fora, a produção que antes era destinada aos americanos acaba ficando por aqui. Isso aumenta a oferta no mercado nacional e pode jogar os preços para baixo.
Apesar da pressão nos preços, o governo acredita que os produtores devem buscar novos mercados, especialmente para produtos básicos como petróleo, ferro, aço, celulose, carne e suco de laranja. Segundo Mello, esses itens são mais fáceis de redirecionar do que produtos manufaturados, como aviões e máquinas industriais.
Mesmo assim, ele fez questão de alertar que ainda é cedo para cravar os efeitos dessa medida na inflação. Segundo ele, qualquer estimativa mais detalhada agora seria “muito precoce”.
Se a tarifa americana for mantida, o Brasil deve ser forçado a reorganizar suas exportações, o que pode transformar o mercado interno, trazendo mais carne e café para as prateleiras e talvez com preços mais amigáveis para o consumidor.