Boa notícia para a saúde reprodutiva das mulheres brasileiras: o implante hormonal contraceptivo, conhecido como Implanon, será oferecido gratuitamente pelo SUS ainda em 2025. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, após a aprovação da incorporação do método pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).

A expectativa é que 500 mil unidades estejam disponíveis até o fim do ano, ampliando o acesso a um dos contraceptivos reversíveis de longa duração mais eficazes do mercado.

O que é o Implanon e como funciona?

Trata-se de um implante subdérmico, inserido no braço da mulher com anestesia local. Ele é um pequeno bastão de cerca de 3 cm, que libera etonogestrel, um hormônio sintético que bloqueia a ovulação e espessa o muco do colo do útero, dificultando a passagem dos espermatozoides.

Com duração de até três anos, o Implanon é altamente eficaz, com taxa de falha estimada em apenas 5 a cada 10 mil usuárias. Após a retirada, a fertilidade retorna rapidamente. No entanto, ele não protege contra ISTs, sendo o uso de preservativo ainda indispensável.

Quem poderá usar o implante pelo SUS?

Atualmente, o dispositivo é ofertado apenas para alguns grupos prioritários, como:

  • Mulheres vivendo com HIV/AIDS
  • Pacientes em tratamento com dolutegravir, talidomida ou aminoglicosídeos
  • Mulheres privadas de liberdade
  • Trabalhadoras do sexo

Com a nova medida, ele passa a ser disponibilizado para o público geral feminino de 18 a 49 anos, ampliando a cobertura contraceptiva no país.

Importância da diversificação dos métodos

A ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, da Febrasgo, destaca que aumentar a oferta de opções é fundamental para garantir autonomia e adesão. Afinal, cada mulher tem uma realidade, um corpo e uma rotina diferente.

“Sempre haverá um método mais adequado a cada caso. E métodos de longa duração como o Implanon são vantajosos por não exigirem uso contínuo ou dependência de uso correto pela usuária, como é o caso da pílula oral”, explica a especialista.

Redução da mortalidade materna

Além de prevenir a gravidez não planejada, o acesso ao implante também está alinhado à meta brasileira de reduzir em 25% a mortalidade materna até 2027, e pela metade entre mulheres negras. O uso de contraceptivos eficazes é uma estratégia essencial nesse processo, segundo o Ministério da Saúde.

O que muda na prática?

A portaria oficializando a medida deve ser publicada nos próximos dias. A partir disso, o SUS terá 180 dias para:

  • Atualizar diretrizes clínicas
  • Adquirir e distribuir o insumo
  • Capacitar profissionais da saúde para aplicação do implante

Ou seja, é uma vitória importante, mas que ainda exige estrutura, planejamento e organização para funcionar de forma ampla e efetiva.

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