Imagine viver em um país com menos de 12 mil habitantes, onde a única estrada atravessa toda a extensão do território e há apenas uma delegacia de polícia e uma loja de telecomunicações. Esse lugar existe. É Tuvalu, uma minúscula nação insular no meio do Oceano Pacífico, entre o Havaí e a Austrália, que corre o risco real de desaparecer do mapa nos próximos anos.

Com uma média de elevação inferior a três metros acima do nível do mar, Tuvalu está na linha de frente das mudanças climáticas. Especialistas alertam que, até 2050, metade da capital, Funafuti, pode ficar submersa por maremotos. Isso significa que uma grande parte da população terá que deixar sua terra natal para sobreviver.

Mesmo com um território de apenas 12 quilômetros de extensão, o país resiste. E um de seus trunfos mais curiosos é o domínio de internet “.tv”, que virou uma das principais fontes de renda do país. Usado por milhares de criadores de conteúdo e plataformas, o endereço virtual rende cifras importantes para manter o funcionamento da economia local.

A situação extrema chamou a atenção do cineasta e youtuber jordaniano Joe Hattab, que foi até Tuvalu no fim de 2024 para mostrar o dia a dia dos moradores e as estratégias que o país tem adotado para tentar frear os efeitos do avanço do mar. Ele contou que, em poucos passos, é possível percorrer todo o território. E reforçou o quanto o país é único: não há necessidade de visto para entrar, mas só chegam por ali cerca de 3 mil turistas por ano.

A rotina dos tuvaluanos também tem seus contrastes. São apenas quatro voos semanais para o país, e a pista de pouso do aeroporto virou espaço de convivência e lazer. Antes da chegada de um avião, um alarme soa para avisar os moradores que é hora de sair da pista, onde muitos jogam bola ou caminham. Não é exagero quando Hattab diz: “Vamos atravessar o país inteiro em 10 minutos”.

Apesar da beleza e da simplicidade, o futuro de Tuvalu é incerto. E o cenário não é de ficção: se o ritmo das mudanças climáticas continuar como está, esse pequeno país pode mesmo ser engolido pelo mar dentro de duas décadas.

Compartilhar.