A avaliação do governo Lula voltou a piorar, mesmo que de leve. Segundo nova pesquisa da Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4), 57% dos brasileiros desaprovam a gestão do presidente, o maior índice desde o início do mandato. Em março, essa taxa estava em 56%. Já a aprovação caiu de 41% para 40%.

Embora as variações estejam dentro da margem de erro, o cenário confirma uma tendência clara de desgaste. Desde julho do ano passado, a desaprovação só sobe, e a imagem positiva do governo encolheu: lá atrás, 54% aprovavam Lula, contra apenas 40% agora.

Um dos dados que mais chama atenção está no grupo que ganha até dois salários mínimos, base historicamente simpática ao PT. Entre os mais pobres, a aprovação caiu para 50% e a desaprovação subiu para 49%. No Sudeste, o descontentamento é ainda mais forte: 64% reprovam a gestão.

A rejeição também cresceu entre moradores das regiões Norte e Centro-Oeste e entre católicos. Neste último grupo, pela primeira vez a maioria (53%) desaprova o governo.

A comparação com governos anteriores também traz dor de cabeça ao Planalto. Hoje, 44% acham que o Brasil está pior com Lula do que estava com Bolsonaro, enquanto 40% dizem o contrário. Quando a comparação é com os próprios governos anteriores de Lula, o número salta: 56% acham que ele está pior agora.

Entre os fatores que pesam nessa percepção, o caso das fraudes no INSS teve impacto brutal. O escândalo dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões é conhecido por 82% dos entrevistados, e 31% apontam diretamente o governo Lula como responsável. O próprio INSS ficou bem atrás, com 14% das menções.

A repercussão desse caso acabou abafando qualquer efeito positivo de novos programas e de uma economia que até dá sinais de melhora. Mesmo assim, a maioria dos brasileiros ainda acha que a economia piorou: 48% disseram isso, número menor que os 56% de março, mas ainda o mais comum.

A sensação de que Lula não cumpre o que prometeu também pesa. Nada menos que 70% acham que ele não tem conseguido entregar o que falou durante a campanha. E 45% dizem que o governo está aquém do que esperavam.

Na avaliação geral, 43% classificam a gestão como “negativa”. Outros 28% acham “regular” e só 26% veem o governo como “positivo”.

Diante desse cenário, Lula vem cobrando de seus ministros uma defesa mais firme do governo e aceleração nos programas sociais. Enquanto isso, aliados já observam com atenção como esses números vão pesar nas costuras políticas para as eleições de 2026.

A pesquisa ouviu 2.004 pessoas presencialmente entre 29 de maio e 1º de junho, com margem de erro de dois pontos percentuais. A Quaest promete divulgar nesta quinta (5) um novo levantamento sobre as intenções de voto para o próximo pleito presidencial.

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