O reencontro entre Rogério Ceni e o São Paulo, agora no comando do Bahia, teve um gostinho especial e com dose dupla da famigerada “Lei do Ex”. Com dois gols de Willian José, que fez valer o velho ditado do futebol, o Tricolor de Aço bateu o São Paulo por 2 a 1 na Fonte Nova e encerrou um jejum incômodo: foi o primeiro triunfo de Ceni contra o time onde virou ídolo como jogador e treinador.

O resultado ainda colocou o Bahia na cola do G4, com 18 pontos, em quinta posição no Brasileirão. Já o São Paulo, que parecia embalar, estacionou nos 12 pontos e desceu para o 13º lugar.

Primeiro tempo de pressão, mas nada de gol

O Bahia mandou no jogo desde o apito inicial. Teve mais a bola, tentou mais, arriscou mais. Mas pecava na hora de transformar essa superioridade em gols. O São Paulo, por sua vez, se defendia bem e apostava na correria pelas pontas, sem muita criatividade.

Quem chegou com perigo primeiro foi o time paulista, com Ryan quase abrindo o placar aos 18 minutos, em um chute cruzado que passou raspando a trave de Marcos Felipe. A resposta do Bahia foi na bola parada, com Erick Pulga acertando o travessão em cobrança venenosa. Na sequência, uma blitz baiana que parecia ataque de handebol: cabeceio de Willian José, chute de Jean Lucas que bateu na trave, e mais uma tentativa de Pulga pra fora.

Antes do intervalo, Caio Alexandre quase fez o gol da rodada: pegou de primeira da intermediária, a bola desviou, passou entre as pernas de Arboleda e saiu tirando tinta do poste. O Bahia pressionava, mas o placar seguia teimosamente zerado.

Lei do Ex em dose dupla

No segundo tempo, a pressão virou gol. Erick Pulga desarmou Cédric no ataque, tabelou bonito com Jean Lucas e cruzou na medida para Willian José, livre, cabecear no canto. 1 a 0, Bahia, com carimbo da Lei do Ex para apimentar ainda mais o duelo.

O São Paulo tentou reagir, com Luciano obrigando Marcos Felipe a trabalhar em cobrança de falta. Mas a defesa do Bahia estava atenta, e os baianos passaram a explorar os espaços deixados pelos paulistas no desespero.

Erick Pulga quase ampliou em contra-ataque solo: arrancou, driblou o goleiro, mas perdeu o gol cara a cara. Parecia que o Bahia ia pagar caro pelo desperdício, mas logo depois veio mais uma estocada letal.

Kayky, que tinha acabado de entrar, foi lançado, invadiu a área e foi derrubado por Enzo Díaz. Pênalti. Willian José, com a frieza de quem já conhece bem a casa rival, deslocou Rafael e fez o segundo.

Luciano ainda descontou para o São Paulo nos minutos finais, mas o estrago já estava feito.

Final com gosto especial

Além dos três pontos, o Bahia celebrou o fim do tabu de Rogério Ceni contra o São Paulo. E com Willian José virando protagonista ao marcar os dois gols, o roteiro ficou com cara de série bem escrita: ex-atacante tricolor brilha justo contra seu ex-clube, técnico ídolo vence pela primeira vez o time onde fez história… e a Fonte Nova vira palco de uma noite para os baianos guardarem na memória.

O São Paulo, por outro lado, segue tentando entender o que deu errado. Porque, quando a Lei do Ex bate duas vezes na mesma noite, fica difícil arrumar desculpa.

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