Você já parou pra pensar que talvez o problema não seja a quantidade de horas que você dorme, mas o momento em que você deita na cama? Tem gente que acorda cedo com facilidade, enquanto outros só pegam no tranco depois do meio-dia. E não é preguiça, não. Isso tem nome: cronotipo. E entender qual é o seu pode mudar completamente a sua rotina, seu rendimento e até sua saúde mental.

O nosso corpo tem um relógio biológico interno que regula quando devemos estar mais ativos e quando precisamos descansar. Esse relógio é influenciado por fatores genéticos, ambientais e também pelos hábitos de vida. Acontece que a maioria das pessoas tá tentando se adaptar a uma rotina que simplesmente não combina com o próprio ritmo. E aí o resultado é uma bomba-relógio: cansaço crônico, mau humor, baixa produtividade, irritabilidade e, em casos mais graves, problemas sérios de saúde.

Dormir bem não é só uma questão de descansar. O sono influencia praticamente tudo: memória, metabolismo, equilíbrio emocional, imunidade. Quando a gente dorme mal ou fora do nosso horário natural, o corpo começa a dar sinais. Pode vir em forma de ansiedade, dificuldade de concentração, ganho de peso ou até doenças mais pesadas, como problemas cardíacos e depressão.

Você não precisa dormir cedo ou acordar cedo só porque todo mundo faz isso. O importante é descobrir qual o seu cronotipo e alinhar sua rotina com ele. Existem basicamente três perfis: os matutinos, que funcionam melhor logo cedo; os vespertinos, que rendem mais à noite; e os intermediários, que conseguem se adaptar com mais facilidade. O segredo está em respeitar esse ritmo.

Quem é matutino costuma acordar com energia, se sente mais produtivo pela manhã e começa a cair de rendimento no fim da tarde. Já o vespertino tem dificuldade pra sair da cama cedo, mas vai ganhando força ao longo do dia e chega no auge da disposição quando o sol tá se pondo. E tem aquela galera que tá no meio do caminho, conseguindo lidar melhor com as exigências sociais e profissionais.

Mas não importa seu cronotipo, existe uma regra de ouro: constância. Ir pra cama e acordar sempre nos mesmos horários é uma das formas mais eficazes de regular o sono. Inclusive nos finais de semana. E mais: exposição à luz natural durante o dia, evitar telas antes de dormir, fazer atividades físicas regularmente e criar um ambiente calmo no quarto são atitudes que fazem diferença de verdade.

A maioria dos adultos precisa de 7 a 9 horas de sono por noite, mas essa conta não é exata pra todo mundo. Alguns fatores, como nível de estresse, rotina de trabalho, alimentação e até genética, podem interferir nessa necessidade. Tem até quem tenha uma mutação genética rara e durma menos sem sofrer com isso, mas são casos isolados. A maior parte das pessoas precisa entender qual é o próprio limite e respeitar isso todos os dias.

Outra coisa importante é não forçar seu corpo a um ritmo que ele não consegue acompanhar. Se você é naturalmente vespertino, tentar ser 100% produtivo às 7 da manhã pode ser um tiro no pé. Em vez disso, vale ajustar aos poucos a rotina, com atividades que estimulem o sono mais cedo, como exercícios físicos pela manhã e evitar cafeína à noite. A ideia é treinar o corpo, sem violência.

Entender o seu tempo de sono ideal não é um luxo, é uma ferramenta de autoconhecimento e autocuidado. Dormir no horário certo pro seu corpo pode ser o que falta pra sua energia voltar, sua cabeça clarear e seus dias renderem de verdade.

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