O mercado de carros usados está com o pé no acelerador no Brasil. Em maio de 2025, o setor registrou 1.124.881 unidades revendidas, um crescimento de 3,8% em relação a abril. Enquanto isso, os carros novos ficaram para trás, com 929.144 unidades vendidas no mesmo período. A diferença chama atenção e reforça a escolha de muitos brasileiros por veículos seminovos.
No acumulado do ano, o total de negociações de carros e comerciais leves usados chegou a 5.035.776 transações, número que representa cinco vezes mais que as vendas de veículos novos. Os dados são da Fenauto, a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores, e mostram uma tendência cada vez mais consolidada: os usados viraram prioridade.
Volkswagen Gol segue imbatível
Na lista dos mais desejados, o Volkswagen Gol reina absoluto, com 67.891 unidades vendidas só em maio. Logo atrás, aparece a Fiat Strada, com 36.699 unidades. Na sequência, dois modelos populares: Chevrolet Onix (36.624) e Hyundai HB20 (36.281).
Outros veteranos também mantêm sua força no mercado, como Fiat Uno e Palio, ambos com cerca de 35 mil unidades revendidas. Esses modelos continuam sendo a escolha de quem busca veículos com bom custo-benefício, manutenção barata e peças fáceis de encontrar.
Idade da frota também influencia
A idade dos veículos mais vendidos ajuda a entender o perfil de consumo atual. Os carros com 13 anos ou mais lideram com 541.907 unidades. Esse dado está em sintonia com a idade média da frota brasileira, que gira em torno de 11 anos, segundo o Sindipeças.
Mas os chamados “usados jovens”, com 4 a 8 anos de uso, também têm seu espaço garantido. Em maio, foram 357.811 unidades comercializadas. São carros que ainda trazem boa conservação, menor quilometragem e apelo para quem quer um carro quase novo, mas sem pagar preço de 0 km.
Por que os usados estão em alta?
O cenário é resultado de uma combinação de fatores. Comprar um carro novo hoje significa encarar valores mais altos, taxas de financiamento pesadas e desvalorização rápida. Já os usados, além de mais baratos, podem ser adquiridos com mais segurança, graças às certificações, garantias e histórico detalhado que muitos revendedores oferecem.
Além disso, o mercado está mais digital, com plataformas online, avaliações instantâneas e mais transparência na hora de fechar negócio. Isso deu mais confiança ao consumidor, que hoje pode pesquisar e comparar modelos, preços e condições sem sair de casa.
E o futuro?
A expectativa é que o mercado de usados siga acelerando. A busca por veículos acessíveis e confiáveis deve continuar firme, principalmente em um cenário econômico que ainda inspira cautela. A tendência é de mais tecnologia, mais digitalização no processo de compra e venda e maior valorização dos veículos com histórico bem documentado.
O setor de usados já deixou de ser um “plano B” e se consolidou como a principal escolha de quem quer mobilidade sem estourar o orçamento. E, ao que tudo indica, essa preferência só tende a crescer.