O Brasil está enfrentando um surto grave de infecções respiratórias, e os dados mostram que a situação está longe de se resumir a uma “gripezinha”. Segundo o novo boletim da Fiocruz, divulgado nesta semana, já foram registrados 83.928 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2025 e a maioria dos exames positivos aponta para influenza A e Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

Entre os vírus detectados, o VSR aparece em 45% dos casos, seguido por 22,8% de rinovírus, 22,7% de influenza A, 11,1% de Covid-19 e 1,2% de influenza B. Mas nas últimas semanas, o avanço de dois deles é claro: o VSR já representa 47,3% dos casos recentes e a influenza A, 38,9%.

A gravidade do surto também aparece nas mortes. A influenza A está ligada a 73,4% dos óbitos por SRAG até agora. O VSR e o rinovírus também têm causado mortes, principalmente entre crianças pequenas e idosos.

O impacto da SRAG muda de acordo com a idade. Entre os idosos com mais de 65 anos e jovens a partir de 15, o principal causador de hospitalizações é a influenza A. Já nas crianças, o maior peso é do VSR, embora o rinovírus e a própria influenza A também estejam provocando internações.

O mapa da SRAG revela que 25 estados estão em alerta, com crescimento sustentado dos casos. Apenas o Piauí e o Mato Grosso do Sul estão fora dessa lista. Entre as capitais, 15 cidades registram nível alto de atividade, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

Em meio a esse cenário preocupante, alguns estados mostram sinais de alívio. Mato Grosso do Sul já começa a ver queda no número de casos, e no Ceará, Pará e Tocantins, o crescimento foi interrompido, mas a incidência continua alta.

Para conter o avanço da SRAG, as autoridades de saúde apostam em uma combinação de vacinação, medidas de prevenção e vigilância ativa. A Fiocruz reforça que o monitoramento constante e o acesso rápido a dados atualizados são fundamentais para reagir com eficiência, principalmente com as mudanças de estação e o comportamento imprevisível dos vírus.

O alerta está dado: não é apenas gripe, é uma crise respiratória que exige resposta rápida e organizada em todo o país.

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