O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou nesta quarta-feira (18) um benefício que, para muitos brasileiros, parece privilégio demais: segurança armada e vitalícia para todos os seus ministros aposentados. Isso mesmo. Não é por um tempo limitado, é pra vida toda.
Antes, o benefício durava no máximo seis anos, sendo três iniciais e três prorrogáveis. Mas agora, acabou o prazo de validade: o direito à proteção se estende até o fim da vida dos ex-ministros.
A justificativa oficial? O aumento nas ameaças e o clima de hostilidade contra os membros da Corte. O ministro Luís Roberto Barroso, relator da proposta, citou que o cenário ficou ainda mais grave nos últimos anos. Lembrou até de um episódio de tentativa de atentado a bomba em frente à sede do STF, em novembro de 2024.
A ideia de transformar a segurança em algo permanente surgiu em setembro de 2024, quando o ex-ministro Marco Aurélio Mello — já aposentado na época — pediu a extensão do benefício. Ele alegou que o Brasil vive “tempos estranhos”. Estranho mesmo, segundo muitos críticos, é ver a elite política se blindando ainda mais enquanto o cidadão comum enfrenta a violência sem direito a nada.
Além de Barroso, votaram a favor da medida os ministros André Mendonça, Cristiano Zanin, Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes e Luiz Fux.
Barroso fez questão de destacar a mudança de clima no país. Disse que antes, em tempos mais tranquilos, frequentava até final de Copa do Mundo e abertura de Olimpíadas sem precisar de escolta. Hoje, segundo ele, não consegue mais sair na rua sem ao menos três seguranças ao lado, por conta do aumento da violência e da agressividade com figuras públicas.
A decisão administrativa pegou mal nas redes sociais. Muitos internautas lembraram que o brasileiro comum também vive num país violento, mas sem ter sequer garantias de segurança mínima, quanto mais um esquema armado vitalício.
O projeto ainda reflete a diferença de realidades entre quem governa e quem é governado. Enquanto o povo lida com o medo diário, os ministros agora terão proteção paga pelo contribuinte até o último dia de suas vidas.