Foram anos de dinheiro, frustrações e superestrelas saindo de mãos abanando. De Ibrahimovic a Messi, passando por Neymar e Mbappé, o Paris Saint-Germain virou sinônimo de “quase” na Europa. Mas neste sábado, a espera acabou. Com um futebol avassalador, o PSG destruiu a Internazionale por 5 a 0 em Munique e, enfim, levantou a taça da Liga dos Campeões. E quem roubou a cena não foi um nome já consagrado, mas Désiré Doué, um garoto francês de 19 anos que resolveu carregar o time nas costas na noite mais importante da história do clube.
Dois gols, uma assistência e um recital com bola nos pés. A Inter? Virou figurante de luxo, sem reação, sem plano B, sem nem ao menos conseguir competir. A atuação do PSG foi um atropelo com cara de recado para a Europa inteira.
Um começo só com um time em campo
A partida começou com o PSG pressionando alto, sufocando a Inter ainda no campo de defesa. O time italiano mal respirava. Nos primeiros minutos, Sommer até tentou manter as coisas em ordem, defendendo chutes de Doué e Dembélé. Mas bastaram 11 minutos para a casa começar a cair.
Vitinha enfiou uma bola açucarada para Doué, que teve calma e inteligência para encontrar Hakimi, livre na área. O lateral, velho conhecido da Inter, mandou para o gol e aplicou a Lei do Ex com gosto. Dali em diante, o time de Inzaghi virou alvo de treino.
Pouco depois, Dembélé puxou contra-ataque, acionou Doué do outro lado e o garoto fez o que sabe: ajeitou e bateu. A bola desviou, matou Sommer e entrou. O segundo gol deixou os italianos completamente perdidos.
No primeiro tempo, o PSG parecia um gigante da Premier League jogando contra um time da parte de baixo da tabela da Ligue 1. A Inter não existia. Marcus Thuram até tentou numa cabeçada, mas foi só isso. O resto foi um baile. Doué ainda achou Dembélé sozinho na área, mas o atacante finalizou como se nunca tivesse chutado uma bola na vida. Kvaratskhelia também assustou, mas o intervalo chegou com um sonoro 2 a 0 — e barato.
Goleada histórica e protagonismo juvenil
Na volta do intervalo, a Inter seguiu sendo pressionada. Kvaratskhelia teve duas chances claras, mas não calibrava o pé. Dembélé também tentou, sem sucesso. E antes dos dez minutos, Inzaghi já mexia no time. Zalewski e Bisseck entraram, mas nem deu tempo de esquentar: Bisseck saiu lesionado, e no meio da reorganização, Doué apareceu de novo. Recebeu de Vitinha, bateu rasteiro e marcou o terceiro.
Era um massacre. Barcola entrou e quase fez o quarto. Mas quem guardou foi Kvaratskhelia, em contra-ataque mortal: recebeu de Dembélé, deixou Sommer no chão e estufou as redes. Quatro. Quatro a zero.
Só depois disso Thuram conseguiu obrigar Donnarumma a trabalhar. Mas já era tarde, o estrago estava feito. E ainda deu tempo para o último garoto da noite brilhar: Mayulu, outro adolescente, fechou a conta depois de assistência de Barcola. Cinco. Uma mão cheia. E uma final que entra direto na história como a maior goleada da história da Champions League.
A Europa agora fala francês
O PSG não apenas venceu: passou o trator na Internazionale. Acabou com qualquer debate sobre merecimento. A obsessão virou realidade, com assinatura de uma nova geração. Nada de Neymar, Messi ou Mbappé. Quem mandou no jogo foi um moleque de 19 anos que mostrou personalidade de veterano em uma noite de gala.
E se alguém ainda duvida do projeto parisiense, é bom começar a rever os conceitos. Porque neste sábado, em Munique, o PSG deixou de ser o time do “quase” para virar campeão com letras garrafais. E o resto da Europa, como diz o título, teve que se curvar.