O tradicional Lyon, time francês com passado de glórias na Europa, está oficialmente rebaixado para a segunda divisão. A decisão não veio de campo, mas sim de fora das quatro linhas: o clube foi punido por não conseguir comprovar saúde financeira para a temporada 2025/2026.
A Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), órgão que fiscaliza as finanças dos clubes na França, rejeitou as garantias apresentadas pelo clube, que acumula uma dívida estimada em 175 milhões de euros. Com isso, mesmo tentando negociar e apresentar novos documentos, o Lyon foi automaticamente rebaixado à Ligue 2.
No centro da crise está o nome do empresário americano John Textor, dono da Eagle Holding Football e conhecido no Brasil por comandar a SAF do Botafogo. Textor também é responsável pela gestão do Lyon, que agora precisa lidar com um prejuízo financeiro e institucional gigantesco.
A DNCG é rígida: exige que todos os clubes provem viabilidade financeira real, com contas equilibradas, antes de cada temporada. Se não convencem, sofrem sanções severas. No caso do Lyon, não houve escapatória.
O impacto é devastador. O rebaixamento significa:
- Corte drástico na receita, já que os direitos de TV e patrocínios da segunda divisão são muito menores.
- Possível debandada de jogadores importantes, que não vão querer jogar a Ligue 2.
- Reestruturação urgente de contratos e salários, para adequar o clube à nova realidade financeira.
Para piorar, a imagem do Lyon no cenário internacional que já foi um dos times mais respeitados da Europa, sofre um abalo que pode afastar investidores e novos talentos.
A Eagle Holding Football, grupo de Textor, já vendeu sua fatia no Crystal Palace, na Inglaterra, e segue com o Molenbeek, na Bélgica, além do Botafogo. Mas o fracasso em manter o Lyon na elite francesa coloca a estratégia da holding em xeque e levanta questionamentos sobre sua capacidade de gerir múltiplos clubes com problemas tão distintos.
Ainda há chance de recurso. O Lyon pode tentar reverter a decisão apresentando novas garantias à DNCG. Mas o prazo é apertado e os critérios são duros. Se não conseguir, o clube terá de encarar a dura realidade da segunda divisão e começar um processo de reconstrução do zero.
Para o torcedor, fica o gosto amargo de ver um gigante do futebol afundado em dívidas e longe da elite. Para John Textor, é hora de provar se consegue ou não tirar o Lyon do fundo do poço.