O presidente Lula foi direto e duro nesta terça-feira (3/6) ao comentar a investigação sobre fraudes envolvendo descontos irregulares no contracheque de aposentados e pensionistas do INSS. Em entrevista coletiva no Planalto, ele afirmou que os valores serão devolvidos o mais rápido possível e classificou os envolvidos como uma quadrilha que roubava em nome dos aposentados.

“Os aposentados precisam ser ressarcidos e vamos ressarci-los imediatamente”, declarou Lula, reforçando que a apuração será rigorosa e que os culpados serão punidos. O presidente afirmou que o esquema teve início entre 2019 e 2022, durante o governo anterior, e que as irregularidades foram cometidas “possivelmente propositadamente”, com falhas graves na fiscalização.

O impacto da fraude é gigantesco: mais de 9 milhões de beneficiários foram notificados para informar se os descontos de mensalidades associativas feitos na folha de abril foram autorizados ou não. O prejuízo estimado é de R$ 2,56 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão em bens já foi bloqueado de dirigentes e entidades investigadas.

41 entidades associativas estão sendo contestadas. Elas terão 15 dias úteis para apresentar provas de que os descontos foram legítimos. “Se alguma apresentar, será levada a sério. Mas quem não provar, vai pagar com perda de patrimônio e devolução do dinheiro”, afirmou Lula.

Desde 26 de maio, o INSS começou a devolver os valores descontados indevidamente referentes ao mês de abril. E para facilitar o processo, além do site e do app Meu INSS, e da Central 135, o governo ampliou o atendimento para as 4.730 agências dos Correios no país. O objetivo é alcançar especialmente quem tem dificuldade com internet e prefere atendimento presencial.

Até agora, mais de 2,5 milhões de pedidos de reembolso já foram registrados, segundo dados do fim de semana. No entanto, apenas 60 mil pessoas confirmaram a cobrança indevida, o que mostra que muitos segurados ainda estão em fase de verificação.

Lula ainda disse que o caso será exemplo de como um governo deve agir diante de denúncias graves. “Colocamos a Polícia Federal e a CGU para investigar tudo a fundo. Fizemos o que um governo sério faz. Agora queremos ver o pagamento mais rápido possível às pessoas lesadas”, afirmou.

O presidente também anunciou o fim definitivo do modelo atual de descontos de mensalidades associativas direto na folha do INSS. “Isso acabou. Se não houver autorização comprovada, não haverá desconto. Chega de afrouxamento”, concluiu.

A mensagem é clara: os aposentados não vão pagar essa conta, e o governo promete agir com firmeza, rapidez e transparência para reparar os danos.

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