O Ministério da Agricultura confirmou um novo foco de gripe aviária em aves domésticas de subsistência em Mato Grosso. A detecção aconteceu neste domingo (8), e imediatamente o governo colocou em prática uma série de medidas para conter a doença, como a interdição da propriedade afetada, coleta de amostras para análise e instalação de barreiras sanitárias rigorosas, com desinfecção completa de veículos que circulam num raio de 10 km ao redor do local.
Apesar da preocupação natural que uma notícia como essa pode causar, o próprio ministério foi direto: não há risco para o consumo ou exportação de carne de frango e ovos. Isso porque o foco não está em uma granja comercial, e sim numa criação de subsistência, ou seja, para consumo próprio.
Esse é o quarto caso registrado em aves domésticas no Brasil. Os anteriores também não atingiram a produção em larga escala. Mesmo assim, a vigilância está redobrada. Nessa área específica de Mato Grosso, não existem granjas comerciais, o que reduz bastante o impacto do caso nos mercados interno e externo.
A pasta reforçou que o episódio não interfere no vazio sanitário de 28 dias iniciado após o surto em uma granja comercial em Montenegro (RS). Essa contagem começou em 22 de maio. Se nenhum novo foco em granjas for registrado até o fim desse período, o Brasil pode se declarar novamente livre da gripe aviária.
Vale lembrar: a gripe aviária não se transmite pelo consumo de carne de aves ou ovos. E, até hoje, o Brasil nunca teve um caso registrado em humanos.
Mesmo com o controle do atual foco, o setor sente os reflexos. Em maio, as exportações de carne de frango caíram quase 13%, um impacto direto da gripe aviária. Isso acontece porque, diante de qualquer caso confirmado, vários países compradores suspendem temporariamente as importações, como prevêem os acordos sanitários internacionais. Alguns bloqueiam os produtos do país inteiro, outros apenas das regiões afetadas.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com mais de 160 países na lista de compradores e a China no topo. Por isso, qualquer instabilidade, mesmo que isolada, acende o alerta no mercado.
Agora, o foco está em manter a vigilância e garantir que os surtos fiquem limitados a áreas sem produção comercial. E, claro, cumprir rigorosamente o vazio sanitário. A contagem regressiva para retomar a plena confiança internacional já começou.