O futuro da Google está nas mãos de um juiz americano, e o que está em jogo não é pouca coisa. A empresa pode ser obrigada a abrir mão do Chrome, encerrar acordos com gigantes como a Apple e até dividir seus dados com rivais.

Essa é a reta final de um processo antitruste que pode mudar para sempre a forma como usamos a internet. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusa a Google de manter um monopólio ilegal no mercado de buscas e, por consequência, de controlar boa parte do tráfego digital no planeta.

Na última audiência antes da decisão, o governo foi direto: a Google virou uma “máquina de monopólio que se retroalimenta”. Ou seja, quanto mais gente usa, mais dados ela coleta e com isso, fica cada vez mais poderosa. O controle não é só sobre buscas, mas também sobre como esses dados alimentam áreas como inteligência artificial.

A defesa da empresa rebate. Alega que as mudanças pedidas são invasivas demais e que não há prova de que rivais, como o Bing, ganhariam com isso. A Google também quer proteger o uso dos dados nos seus sistemas de IA, dizendo que esse é um setor separado dos mecanismos de busca.

Entre as punições mais pesadas propostas está a venda do navegador Chrome, que hoje é o mais usado do mundo. Também está em jogo o fim de acordos de exclusividade com aparelhos e serviços, como iPhones e o navegador Firefox. E mais: a empresa pode ser forçada a compartilhar buscas com concorrentes em tempo real, o que levanta sérias preocupações com privacidade.

O processo começou em 2020, mas o julgamento só ganhou ritmo em 2023. Em 2024, o juiz Amit Mehta já concluiu que a Google é sim um monopólio nas buscas. Agora, ele precisa definir quais serão as punições e isso deve acontecer até agosto deste ano.

E esse não é o único problema da gigante. A Google também vai enfrentar outro julgamento nos EUA por monopólio no setor de anúncios digitais, o que pode levar a ainda mais mudanças drásticas.

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