A partir desta segunda-feira, dia 16, aposentados e pensionistas prejudicados por descontos indevidos nos benefícios já podem começar a consultar a resposta oficial sobre as contestações feitas. Quem entrou com reclamação há mais de 15 dias agora deve ir até uma agência dos Correios para saber se o pedido foi aceito ou não.

O problema atinge uma multidão: mais de 3 milhões de pessoas alegam não ter autorizado os descontos para associações. Em apenas duas semanas de atendimento, 488 mil segurados foram pessoalmente aos Correios para resolver a situação.

O atendimento presencial foi criado justamente para ajudar quem tem dificuldade com celular, computador ou internet, já que o processo também pode ser feito pelo aplicativo Meu INSS ou pela Central 135. Mas atenção: quem contestou o desconto irregular por telefone vai precisar consultar o resultado pelo aplicativo ou presencialmente, porque o 135 não permite visualizar a documentação das associações.

O presidente do INSS, Gilberto Waller, visitou na sexta-feira (13) uma agência central dos Correios em São Paulo para acompanhar de perto o andamento do atendimento. Segundo ele, ainda não dá para saber o tamanho exato da fraude, mas os números assustam.

Se todas as 3,1 milhões de contestações feitas até agora forem realmente procedentes, o prejuízo pode chegar a R$ 1,8 bilhão, sem contar a correção. Com os valores atualizados, o impacto pode ultrapassar os R$ 2,1 bilhões.

Waller evitou falar em prazos para o ressarcimento, mas garantiu que o governo quer resolver a situação o mais rápido possível. Segundo ele, há até a possibilidade de bloquear bens dos responsáveis pelas fraudes.

Todo esse esquema criminoso está sendo investigado na Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal, que apura os casos de descontos de mensalidades associativas não autorizados entre 2019 e 2024.

Por enquanto, o recado do INSS é claro: quem contestou precisa buscar a resposta nos Correios ou pelo aplicativo, porque o resultado não será informado por telefone.

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