Uma plataforma recém-lançada está colocando um holofote gigante sobre os gastos públicos no Brasil e o cenário não é dos mais leves. A ferramenta, chamada Gasto Brasil, permite que qualquer cidadão acompanhe, em tempo real, como e onde o dinheiro público está sendo usado. E os números assustam: só em 2025, o rombo nas contas já ultrapassou os R$ 500 bilhões.
A ideia é simples, mas poderosa. Você pode entrar na plataforma e ver, separadamente, os gastos da sua cidade, do seu estado ou do governo federal. Tudo dividido por áreas como folha de pagamento, previdência e investimentos. E o melhor: com dados oficiais do Tesouro Nacional, nada de achismos.
Quem passar pelo centro de São Paulo também pode conferir parte dessas informações em um painel de LED instalado ao lado do famoso Impostômetro. Ali, os dados do Gasto Brasil são exibidos de forma aleatória, lembrando a todos que o dinheiro sai do nosso bolso e que precisamos vigiar de perto pra onde ele vai.
Alessandro da Silva, presidente da Associação Comercial e Industrial de Ariquemes, em Rondônia, acredita que a iniciativa pode fazer a diferença. Segundo ele, o governo precisa gastar melhor, como se fosse uma empresa bem gerida, focada em gerar empregos, renda e resultados reais para a população.
A plataforma foi criada em parceria entre a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). A proposta é clara: estimulando o controle social, a sociedade pode cobrar mais responsabilidade e eficiência do poder público.
Alfredo Cotait, presidente da CACB, vai além. Ele lembra que, se o governo brasileiro gastasse apenas o que arrecada, a inflação seria muito menor e os juros poderiam cair para algo como 2,33% ao ano. Para ele, o Gasto Brasil, assim como o Impostômetro, é uma ferramenta educativa que ajuda a população a entender o tamanho da conta que estamos deixando para o futuro.
A iniciativa também serve como apoio para associações comerciais, prefeitos, vereadores, jornalistas e qualquer pessoa interessada em fiscalizar. Afinal, transparência não é favor é obrigação. E com um rombo bilionário já escancarado em 2025, o mínimo que se espera é que os brasileiros saibam, com exatidão, como cada centavo está sendo usado.