O caso de Náira Celi Alvim, ex-tesoureira da Caixa Econômica Federal, voltou aos holofotes após a sua condenação por desviar mais de R$ 470 mil de uma agência da instituição em Vargem Grande do Sul, interior de São Paulo. O crime, que aconteceu entre fevereiro e maio de 2016, envolveu pelo menos seis ocasiões distintas de desvio de dinheiro dos caixas eletrônicos.

Náira era a única responsável pelo abastecimento das máquinas e, segundo a investigação, os crimes não ocorreram durante suas férias, detalhe que reforçou a denúncia do Ministério Público Federal. Imagens de segurança mostraram que ela costumava chegar à agência com bolsas grandes, que escondia em pontos cegos para facilitar o transporte das cédulas.

A movimentação chamou atenção dos colegas e, com o tempo, da Polícia Federal. O estilo de vida incompatível com seu salário também ajudou a levantar suspeitas. Entre as provas, a mais chamativa foi o pagamento de mais de R$ 3 mil em espécie para uma passagem na Qatar Airlines, usada em uma das viagens internacionais que ela fez com a família após os desvios.

Em junho de 2024, Náira foi condenada a dois anos e seis meses de reclusão por peculato, crime cometido por servidor público contra a administração pública. Também foi obrigada a devolver o valor atualizado do prejuízo, que já ultrapassa R$ 750 mil. Apesar da sentença, ela entrou com recurso, que ainda aguarda julgamento.

Mas o caso ganhou uma nova dimensão quando Náira, usando o pseudônimo “Helena do Prado”, passou a liderar um movimento de denúncias contra a Cacau Show nas redes sociais. Ex-funcionários e ex-franqueados da empresa relataram práticas trabalhistas abusivas e outros problemas. No entanto, a revelação de seu passado criminoso abalou a credibilidade das acusações.

A Cacau Show se defendeu, dizendo que as acusações são “inverídicas e injustas” e reafirmou o compromisso com a ética e o bom relacionamento com seus parceiros. A situação abriu um debate espinhoso: até que ponto alguém com histórico de fraude pode liderar denúncias contra empresas e ser levada a sério?

O episódio mistura crime, exposição nas redes e discussões sobre ética e ainda está longe de um desfecho definitivo. Enquanto isso, a ex-tesoureira aguarda o resultado de seu recurso, cercada por um passado que insiste em vir à tona, mesmo quando ela tenta se reposicionar publicamente.

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