O deputado federal Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) resolveu mexer no bolso (literalmente) dos brasileiros. Ele apresentou nesta quarta-feira (18), na Câmara, um projeto de lei que propõe a retirada gradual das cédulas de R$ 100 e R$ 200 da circulação. A justificativa? Segundo ele, dinheiro em espécie de alto valor só alimenta a informalidade, a sonegação e o crime.
Pela proposta, a emissão de novas cédulas de R$ 200 seria interrompida de imediato, com o Banco Central iniciando o recolhimento do que já está nas ruas. Já as notas de R$ 100 começariam a sair de circulação a partir de 1º de janeiro de 2026, com extinção completa até o fim de 2027.
E o projeto vai além: a ideia é que, após cinco anos da nova lei, todas as transações financeiras no Brasil sejam exclusivamente digitais. Isso significa que, em médio prazo, não haveria mais dinheiro físico de alto valor circulando.
Na justificativa, Hauly afirma que o Brasil está passando por uma “transformação profunda” no sistema de arrecadação, com a reforma tributária e a criação de um novo modelo, o chamado IVA 5.0, que inclui o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
O deputado destaca que, com a digitalização financeira, não faz mais sentido manter cédulas altas, que, segundo ele, servem “quase que exclusivamente” para o contrabando, tráfico, lavagem de dinheiro e corrupção.
Pra reforçar o argumento, Hauly citou dados do Banco Central: desde a criação do Pix, em novembro de 2020, o brasileiro aderiu em massa aos meios digitais. Hoje, o Pix já ultrapassa 5 bilhões de transações por mês, movimentando mais de R$ 2 trilhões mensalmente.
O parlamentar ainda afirma que as cédulas de R$ 100 e R$ 200 são pouco usadas na economia formal, mas circulam à vontade no submundo do crime. Ele defende que a retirada dessas notas vai aumentar a rastreabilidade das operações financeiras, além de reforçar a transparência nas transações.
O projeto agora está nas mãos da Mesa Diretora da Câmara, que vai definir por quais comissões ele deve passar antes de seguir para votação. Mas, se virar lei, a vida de quem gosta (ou precisa) de andar com dinheiro vivo pode mudar bastante nos próximos anos.