Uma menina de 10 anos, moradora de Urucará, no interior do Amazonas, encontrou coragem para denunciar uma série de abusos que sofria desde os 6 anos de idade. O desabafo aconteceu após uma palestra escolar sobre prevenção ao abuso infantil, quando ela escreveu uma carta à mão relatando o que vivia dentro de casa e também no trajeto escolar.
No texto, entregue aos gestores da escola, a criança descreveu os abusos praticados pelo padrasto, pelo tio e pelo motorista da lancha escolar. “Eu não me sinto bem por causa disso, já passei mal, falei coisa, com coisa e até desmaiei. Não sentia vontade de comer, até que resolvi contar meu peso com alguém (sic)”, escreveu ela.
Confirmação dos abusos após investigação
Com o relato, a Polícia Civil do Amazonas abriu um inquérito e a menina passou por escuta especializada no Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Um exame de conjunção carnal também foi realizado e confirmou os abusos.
De acordo com o delegado Mateus Imperatriz, responsável pela investigação, o padrasto, de 36 anos, foi o primeiro a praticar os abusos, quando a vítima tinha apenas 6 anos.
Outros dois agressores: o tio e o motorista escolar
O tio da menina, de 37 anos, também foi apontado como autor dos abusos, que ocorriam em sua própria residência, sempre quando ele ficava sozinho com ela.
O terceiro envolvido, o motorista da lancha escolar, de 54 anos, aproveitou o momento em que levava a criança de volta para casa após uma festa comunitária para praticar o abuso. Ele teria deixado todos os outros passageiros antes e ficado sozinho com a vítima.
Os abusos aconteceram de forma isolada
Segundo o delegado, os três autores não sabiam das ações um do outro. Cada um praticava o abuso em momentos diferentes, mas todos com o mesmo resultado devastador para a criança.
A menina revelou ainda que tinha medo de contar por causa das ameaças que sofria, além de afirmar que os familiares não desconfiavam de nada.
Prisão dos suspeitos
Após a investigação, a polícia conseguiu mandados de prisão para os três homens, que foram detidos durante a Operação Inocência, na última segunda-feira (16/6), em suas casas na zona rural de Urucará.
Apoio e proteção para a vítima
A criança foi retirada do ambiente de risco e está agora sob os cuidados de uma tia, recebendo apoio médico e psicológico.
Os suspeitos vão responder pelo crime de abuso de vulnerável, passarão por audiência de custódia e ficarão à disposição da Justiça.
Com informações do Portal Top Mídia News