Esqueça aquela velha história de que exercício só vale se sair pingando de suor. Enquanto o Ocidente insiste no “sem dor, sem ganho”, o Japão mostra que dá pra conquistar saúde e bem-estar com passos bem pensados e sem sofrimento.

A chamada “caminhada japonesa” está ganhando o mundo com uma proposta acessível, inteligente e muito eficiente. A prática, inspirada no estilo de vida dos japoneses, valoriza o movimento como um momento de cuidado pessoal e não um castigo. Por lá, caminhar já faz parte da rotina há séculos, seja em trilhas nas montanhas ou nos bairros urbanos.

O método chamou atenção depois que o médico Saurabh Sethi, formado por Harvard e Stanford, compartilhou nas redes sociais sua fórmula simples e poderosa para quem quer mais saúde em menos tempo: o Treinamento de Caminhada Intervalada.

A técnica é bem direta: comece com 3 a 5 minutos de caminhada leve, depois alterne 3 minutos em ritmo moderado com mais 3 minutos acelerando o passo, como se estivesse quase atrasado para um compromisso. Repita esse ciclo por 30 minutos e, no fim, desacelere com alguns minutos de caminhada lenta para o corpo se recuperar.

Sethi garante: não é a quantidade de passos que faz a diferença, mas a intensidade e a constância. E os resultados vão além do esperado.

Segundo a médica esportiva Alejandra Hintze, essa forma de caminhar é ideal pra quem tem o dia corrido. Mesmo trechos curtos, se feitos com ritmo mais intenso, já entregam ótimos resultados para o coração. E mais: esse tipo de treino se encaixa perfeitamente em agendas apertadas, onde nem sempre dá pra encaixar uma hora de atividade física.

A ciência confirma. Um estudo sobre o efeito da caminhada intervalada em adultos de meia-idade e idosos mostrou que aqueles que seguiram a prática quatro vezes por semana durante três meses tiveram melhorias significativas em pressão arterial, colesterol, glicose, força nas pernas e capacidade aeróbica. Tudo isso, comparado a quem apenas caminhava no ritmo padrão.

Outro ponto forte do método é o cuidado com as articulações. Hintze explica que longas caminhadas podem ser um problema pra quem tem dores nos joelhos, quadris ou costas. Já os treinos curtos e intensos, como os japoneses, não exigem tanto das articulações, evitando desconfortos e lesões.

Ela também destaca outro bônus: benefícios para a saúde mental. Caminhar dessa forma estimula o corpo, mas também relaxa a mente. É um momento de conexão com o ambiente, respiração consciente e até uma oportunidade de meditação em movimento.

Para fechar com chave de ouro, Hintze ainda recomenda um aquecimento leve e alongamentos antes de começar, garantindo que os músculos estejam prontos e os efeitos sejam ainda melhores.

Ou seja, não precisa sofrer para cuidar do corpo. A caminhada japonesa mostra que, com um pouco de estratégia, é possível conquistar mais saúde, disposição e equilíbrio com passos simples e bem pensados. E o melhor: qualquer pessoa pode começar agora mesmo.

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