O Brasil se prepara para um dos maiores avanços da televisão aberta com a chegada da TV 3.0, prevista para começar em 2026. A nova geração promete transformar a forma como o público consome conteúdo, unindo alta definição, som imersivo e interatividade em tempo real.
O que muda com a TV 3.0
Diferente da TV digital atual, a TV 3.0 vai integrar sinal aberto e internet, permitindo que o telespectador deixe de ser apenas espectador para se tornar parte ativa da programação. Entre as novidades, estarão:
- Votações e enquetes em tempo real
- Compras diretamente pela TV
- Escolha de câmeras alternativas em jogos
- Rever trechos já exibidos
- Acesso a bastidores, trailers e estatísticas extras
Tudo será possível graças à transmissão híbrida, que combina broadcast com banda larga, levando dados diretamente ao televisor conectado.
Padrão internacional e testes no Brasil
A tecnologia adotada será baseada no NextGen TV (ATSC 3.0), já presente nos Estados Unidos e Coreia do Sul. O sistema oferece imagem em 4K HDR, áudio 3D com personalização de idioma e até recursos de acessibilidade aprimorada.
No Brasil, testes já estão em andamento no Rio de Janeiro, com previsão de expansão para outras capitais antes da implantação definitiva.
Quando começa a TV 3.0
Segundo a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a implantação será gradual a partir de 2026, com adesão voluntária por parte das emissoras. A expectativa é que a Copa do Mundo de 2026 seja o marco simbólico do lançamento, atraindo grande público para a nova tecnologia.
O governo deve assinar ainda este ano o decreto que regulamenta o projeto, liberando R$ 2 bilhões em investimentos para infraestrutura, emissoras, softwares e comunicação com os consumidores.
Custo para o consumidor
Durante a transição, as TVs digitais atuais continuarão funcionando. Para quem quiser acessar os novos recursos, será necessário um conversor compatível, estimado em cerca de R$ 400. Já os televisores mais modernos devem vir de fábrica preparados para o novo padrão.
Assim como na transição da TV analógica, programas de distribuição gratuita de conversores para famílias de baixa renda devem ser implementados pelo governo.
O futuro da televisão no Brasil
Mais do que uma melhoria na imagem e no som, a TV 3.0 representa uma mudança cultural: a TV aberta passa a competir em pé de igualdade com plataformas de streaming, oferecendo personalização, interatividade e integração com aplicativos.
Com o novo padrão, as salas de estar brasileiras vão se transformar em centros de mídia inteligentes, conectando informação, entretenimento e comércio em uma única tela. A televisão, antes unilateral, entra em uma nova era dinâmica, participativa e digital.