O Botafogo enfim conseguiu vencer fora de casa no Brasileirão. E foi num cenário onde, sinceramente, não era favorito. Neste domingo, na Vila Belmiro, o Glorioso viu o Santos dominar a maior parte do jogo, mas se aproveitou de uma expulsão infantil de Neymar e arrancou um 1 a 0 que vale ouro.

Com a vitória, o time de Renato Paiva chegou aos 15 pontos e saltou para a oitava posição. Já o Santos, que parecia pronto pra vencer, ficou com cara de bobo, parou nos 8 pontos e segue atolado na zona de rebaixamento, na 18ª colocação.

O primeiro tempo foi uma espécie de teatro com roteiro invertido: o Botafogo teve a bola, o Santos criou as chances. Enquanto o time carioca tocava de lado e tentava achar espaços no meio, o Peixe era direto, vertical e perigoso.

E muito disso passava por Neymar, que reapareceu como titular e mostrou lampejos do que ainda pode oferecer. Aos 24, ele recebeu pela esquerda, limpou dois marcadores e obrigou John a fazer defesaça. Pouco depois, achou Rollheiser, que chegou finalizando com perigo, mas pelo lado de fora.

Barreal e Zé Rafael ainda tentaram no fim da etapa, mas o gol não saiu. Mesmo assim, o clima era de que, se tivesse que apostar, o Santos parecia mais perto de abrir o placar.

Veio o segundo tempo, e o roteiro parecia o mesmo. Santos em cima, pressão, chances claras — e John salvando o Botafogo mais uma vez. Teve bola quase em cima da linha, passe açucarado de Rollheiser pra Barreal, chute no canto… e o goleiro botafoguense estava lá, sempre negando o gol.

Só que aí, o enredo virou drama com cara de comédia. Aos 31, Neymar se meteu numa trapalhada digna de VAR: após cruzamento, John soltou a bola, ela sobrou pro camisa 10, que usou a mão (sim, a mão!) pra mandar pro gol. O árbitro viu, aplicou o segundo amarelo, e o craque saiu de campo deixando o time na mão.

Com um a mais, o Botafogo cresceu. Nada de grande futebol, mas teve mais posse, mais campo e, no fim, a sorte resolveu dar as caras. Aos 41, Artur cruzou da direita, a bola passou por todo mundo, inclusive pelo goleiro Gabriel Brazão, e morreu no fundo da rede. Um daqueles gols que parecem replay de jogo dos anos 90.

Sem Neymar e sem fôlego, o Santos não teve mais resposta. Saiu derrotado num jogo que parecia ter nas mãos, e com uma lição dura pra lembrar: malandragem demais às vezes cobra caro.

No fim das contas, o Botafogo levou três pontos que pareciam improváveis. Já o Santos… vai ter que conversar sério no vestiário. Porque, com esse tipo de vacilo, não tem camisa 10 que salve.

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