Os brasileiros já sentem no bolso os novos preços da cerveja. Segundo relatório do Bank of America (BofA), divulgado em agosto, a Heineken reajustou suas marcas em média 6,1%, enquanto a Ambev aplicou alta de 3,3% em julho. O movimento já aparece nas gôndolas de supermercados, bares e restaurantes de todo o país.

Reajustes por marca

Entre junho e agosto, a cerveja Heineken subiu 3,4%, mas outras marcas do grupo tiveram aumentos mais expressivos:

  • Devassa: alta de 24%.
  • Amstel: entre 7,5%.
  • Outras marcas tiveram variação de acordo com a região.

Na Ambev, os reajustes variaram de acordo com cada rótulo:

  • Budweiser: aumento de 10% a 13%.
  • Spaten: alta de 1% a 3%.
  • Corona e Stella Artois: também sofreram aumentos após a pressão da concorrente.
  • Skol: subiu levemente.
  • Brahma: manteve preços estáveis.

Já a Itaipava, do Grupo Petrópolis, não teve reajuste, o que ampliou a diferença de preço em relação à Skol, que passou de 20% no início do ano para 25% em agosto.

Impacto no mercado e na inflação

Os reajustes impactaram o IPCA de julho. Enquanto o grupo Alimentação e bebidas registrou queda de 0,27%, o item cerveja subiu 0,45%, ficando acima da inflação geral do mês (0,26%).

O relatório do BofA aponta ainda uma mudança no posicionamento de preços. No início de 2024, a Heineken estava 13% mais barata que a Corona e 4% mais cara que a Stella. Agora, está 28% abaixo da Corona e 2% mais barata que a Stella, o que pode favorecer seu ganho de mercado.

Rivalidade entre gigantes

Para analistas do BofA, o reajuste da Heineken pode beneficiar a Ambev ao reduzir a diferença entre suas marcas. No entanto, a capacidade de expansão da Heineken no Brasil e seu posicionamento mais agressivo em preços devem seguir pressionando a líder de mercado.

As fabricantes foram procuradas para comentar os aumentos. O Grupo Heineken informou que não comenta estratégia de preço. Já a Ambev destacou que, por ser empresa de capital aberto, não fornece orientações sobre desempenho financeiro fora de seus relatórios oficiais.

Com os reajustes recentes, a expectativa é de que a concorrência no mercado de cervejas premium siga intensa, refletindo diretamente no bolso dos consumidores brasileiros.

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