Foto: Reprodução/Google Maps

Um estudante de uma escola estadual no Jardim Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, atirou contra três pessoas na manhã desta segunda-feira, 23. Uma aluna não resistiu aos ferimentos e morreu após dar entrada em um hospital da região.

O caso ocorreu na Escola Estadual Sapopemba, localizada na Rua Senador Nilo Coelho, por volta das 7h30. Ainda conforme a PM, o atirador, de 17 anos, é aluno da escola e foi detido. As três vítimas feridas por disparo de arma de fogo foram socorridas ao Pronto Socorro do bairro, e uma não resistiu. 

Ainda segundo a PM, uma quarta vítima teve ferimentos leves, que não foram ocasionados por disparo de arma de fogo. Ela também foi encaminhada ao Hospital Geral de Sapopemba. O suspeito foi apreendido e encaminhado para o 70º DP da cidade, onde é ouvido. A arma usada por ele – um revólver calibre 38 – também foi apreendida.

Equipes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros estão no local.  

O ministro da Justiça, Flávio Dino, expressou solidariedade pelo caso e disse que o laboratório de crimes cibernéticos foi acionado para auxiliar a Polícia de São Paulo a aprofundar as investigações.

O Governo de São Paulo também lamentou o ocorrido e afirmou que se solidariza com as famílias das vítimas do ataque ocorrido nesta segunda. Nesse momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares. Mais informações sobre o estado de saúde das vítimas e investigação do ataque serão divulgadas em breve.

Atirador avisou sobre ‘massacre’

O aluno que promoveu o ataque a escola teria avisado duas semanas antes que fazia um “massacre” no local, mas ninguém acreditou. “Ele avisou que ia fazer o massacre. A gente não acreditou. Ele falou que ia fazer, porque não gostava da gente. Foi umas duas semanas atrás. A gente não acreditou porque não sabia que ele ia ter coragem”, declarou a estudante Carla.

Vera Lúcia Brito, de 60 anos, contou que a neta estuda na mesma escola onde ocorreu o ataque e que a estudante chegou a topar com o atirador no corredor. “A minha neta topou com ele no corredor, mas ela voltou da pilastra pra trás e ele desviou, graças a Deus”, afirmou ela. 

Embora sua neta não compartilhasse a mesma sala de aula com o atirador, ela o conhecia do horário de recreio e tinha conhecimento de que ele estava sofrendo bullying. “Ela falou que o atirado sofria bullying aí também, mas nesse dia não sabe o que aconteceu. Minha neta está em choque, ela não quis tomar café, perdeu um tênis por aqui, correndo, que ela mora aqui perto, e ela correu muito. Quando ela chegou ela batia na porta porque ela achava que ele tava atrás dela”, disse a avó. 

Entre 2001 e junho de 2023, ocorreram 36 ataques a escolas em todo o país. Em março deste ano, um aluno atacou a facadas os colegas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, Zona Oeste de São Paulo, e matou uma professora; outras três professoras ficaram feridas. O estudante foi contido e apreendido na oportunidade.

Neste mês, um adolescente de 14 anos morreu esfaqueado após um ataque a uma escola particular em Poços de Caldas, no sul de Minas Gerais. Outras três pessoas ficaram feridas. O autor do ataque, um ex-aluno da instituição, de 14 anos, foi apreendido.

Atenção

Se você sofre algum tipo de bullying na escola ou cyberbullying de colegas na internet, faça a denúncia no Disque 100 – Disque Direitos Humanos. A ligação é gratuita e o atendimento é feito 24 horas por dia. Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, basta enviar mensagem para o número 61 99656-5008.

Também é possível ser atendido pelo Telegram, basta digitar “Direitoshumanosbrasil” na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será realizado pela equipe do Disque 100.

Se você é pai, mãe ou responsável por uma vítima de bullying, converse com ela. Procure a direção da escola para tentar solucionar o problema entre os envolvidos e suas famílias. Se o(a) diretor(a) não tomar nenhuma atitude, formalize a denúncia em casos mais graves no Conselho Tutelar ou na polícia da sua cidade.

Redação Terra

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