A Operação Rejeito da Polícia Federal, que resultou na prisão de diretores da Nacional de Mineração (ANM) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB), acusados de fraudes em processos de autorização de exploração de minério de ferro em Minas Gerais, gerou forte reação de movimentos sociais. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Associação dos Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (Muvb) manifestaram preocupação com o impacto da corrupção na segurança da população e na fiscalização ambiental.

Para o MAB, o possível envolvimento de servidores públicos é inaceitável. A organização luta há décadas pelos direitos de comunidades afetadas por empreendimentos energéticos e outros projetos de grande impacto. Joceli Andrioli, da coordenação do MAB, enfatizou que a cumplicidade entre agentes do Estado e empresas compromete a segurança de milhares de pessoas vulneráveis a desastres ambientais, citando os rompimentos das barragens de Brumadinho e Mariana como exemplos trágicos de conivência e falta de fiscalização.

A Polícia Federal alega que os investigados na Operação Rejeito corromperam servidores públicos em diversos órgãos estaduais e federais de fiscalização e controle na área ambiental e de mineração, com o objetivo de obter autorizações e licenças ambientais fraudulentas. Essas licenças teriam sido utilizadas para explorar minério de ferro em larga escala, inclusive em áreas de preservação, gerando graves consequências ambientais e sociais.

O Muvb, por sua vez, destacou que as prisões lançam luz sobre uma realidade denunciada há anos, na qual interesses econômicos e políticos se sobrepõem à vida das pessoas. A organização ressaltou que a ANM e o SGB são responsáveis por fiscalizar e investigar o afundamento do solo em bairros de Maceió, decorrente da extração de sal-gema pela Braskem. A prisão dos dirigentes expõe a fragilidade e a falta de independência técnica das instituições que deveriam proteger vidas e garantir segurança.

O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), que representa empresas do setor, também se manifestou, defendendo a punição dos envolvidos em irregularidades e reafirmando seu compromisso com uma mineração ética, transparente e sustentável.

A Nacional de Mineração garantiu ter compromisso com a legalidade e a transparência, colaborando com as autoridades sempre que necessário. O Serviço Geológico do Brasil também reiterou seu compromisso com a ética, a legalidade e a transparência, declarando estar à disposição para colaborar com as investigações.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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