Pernambuco sedia um curso intensivo para cerca de 80 profissionais engajados na Atenção Psicossocial em ambientes escolares. Integrantes dos Núcleos de Atenção Psicossocial nas Escolas (Napses) e do Comitê Intersetorial do Sistema Estadual de Atenção Psicossocial nas Escolas do estado participam do evento, com foco na implementação da Política Nacional de Saúde Mental nas Escolas.

O curso, que se estende até o dia 11, tem como objetivo discutir a Lei nº 14.819, promulgada em 2024, que estabelece a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. A programação inclui oficinas e discussões para adaptar o protocolo de suporte psicossocial às necessidades específicas das escolas pernambucanas. Além disso, será apresentado um esboço inicial de formação direcionada a educadores e gestores escolares, seguido por um momento de escuta das equipes, buscando construir uma proposta alinhada à realidade local.

Luis Augusto Rohde, supervisor técnico do Global Center no Brasil, enfatiza o papel crucial da escola na promoção da saúde mental de crianças e adolescentes. Segundo ele, educadores frequentemente se deparam com questões de saúde mental no ambiente escolar, mas carecem das ferramentas adequadas para abordá-las. O apoio governamental e um plano estruturado são considerados fundamentais para criar um ambiente mais propício ao cuidado da saúde mental dos estudantes.

O curso visa fortalecer a capacidade técnica e política para implementar a legislação, estimular a produção colaborativa do Plano de Ação Estadual e alinhar ações entre diferentes áreas. A qualificação dos profissionais que atuam diretamente com os jovens é vista como essencial para a implementação efetiva da política.

Rohde destaca que a escola muitas vezes é o primeiro ponto de contato com questões de saúde mental para crianças e adolescentes, sendo um ambiente onde passam grande parte do tempo e que pode ser mais acessível do que serviços de saúde mental. Estudos indicam que cerca de 20% das crianças e adolescentes apresentam problemas emocionais ou comportamentais significativos. A escola, portanto, tem um papel importante na detecção precoce e na implementação de estratégias de acolhimento e inclusão.

A qualificação dos professores é fundamental, pois eles têm contato prolongado com os alunos e podem identificar sinais de sofrimento, perda de interesse ou outros problemas. Além disso, o curso aborda a desconstrução de estigmas e preconceitos relacionados à saúde mental nas escolas, buscando criar estratégias para um desenvolvimento adequado dos alunos.

Após a realização do curso em Pernambuco, os resultados serão avaliados para determinar a possibilidade de estender a iniciativa a outros estados.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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