Uma operação da Polícia Federal pegou em cheio nomes que ninguém esperava ver nesse tipo de manchete: um ex-campeão da Fórmula Truck e dois policiais civis foram presos nesta quarta-feira (25) por envolvimento com o crime organizado. Eles são suspeitos de corrupção, lavagem de dinheiro e vazamento de informações sigilosas para favorecer investigados ligados ao PCC.
Entre os detidos está Roberval Andrade, conhecido nos autódromos como um dos grandes nomes da Fórmula Truck. Agora, ele aparece no noticiário por um motivo bem diferente: suspeita de lavar dinheiro e participar de esquemas ilegais com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
Os outros presos são os investigadores Sérgio Ribeiro, do Denarc (Departamento de Entorpecentes), e Marcelo Marques de Souza, apelidado de Bombom, do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital). Este último já havia sido preso anteriormente, mas voltou a ser alvo da nova operação.
A ação faz parte da Operação Augusta, um desdobramento da já conhecida Operação Tacitus, que investiga o assassinato do delator Vinícius Gritzbach no aeroporto de Guarulhos em novembro de 2024. Segundo o Ministério Público, Gritzbach havia entregado os nomes de vários envolvidos em esquemas de corrupção, entre eles os alvos da operação desta quarta.
A investigação revela um esquema que ia além de meras propinas. Os suspeitos são acusados de facilitar a vida de criminosos, como repassar informações sigilosas, arquivar irregularmente procedimentos policiais, intermediar documentos falsos e até ajudar na devolução de bens de alto valor que estavam bloqueados pela Justiça.
Um dos casos mais graves envolve um helicóptero Augusta AW109, de alto valor, ligado ao PCC. A tentativa de liberar essa aeronave, que foi apreendida junto com outros bens avaliados em até R$ 12 milhões, motivou o nome da operação: Augusta.
Além da PF, participaram da ação o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a Corregedoria da Polícia Civil e a Polícia Militar de São Paulo. Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão.
Os crimes investigados incluem corrupção ativa e passiva, violação de sigilo funcional, quebra de sigilo bancário e advocacia administrativa. Se condenados, os acusados podem pegar até 30 anos de prisão.
O caso segue em sigilo, mas já levanta um alerta: quando quem deveria combater o crime começa a jogar no time oposto, a segurança pública e a confiança da sociedade vão para o chão.
Informações e imagem: Portal Metrópoles