O deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) decidiu apertar o cerco contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta segunda-feira, dia 23, o parlamentar protocolou um requerimento na Câmara dos Deputados pedindo a convocação oficial do ministro para dar explicações sobre o prejuízo de R$ 2,73 bilhões registrado pelas empresas estatais federais entre janeiro e abril deste ano.

Esse valor não é pouca coisa. Segundo dados do Banco Central, trata-se do maior rombo da série histórica, que começou a ser medida em 2002. O cenário, segundo Evair, levanta sérias preocupações sobre a condução da economia.

O deputado, que é vice-líder da oposição, quer que Haddad também fale sobre a deterioração das contas públicas, os déficits crescentes, a fragilidade fiscal e o que ele chama de risco de “colapso iminente” das despesas discricionárias – aquelas que mantêm os serviços básicos do governo funcionando.

Na justificativa do pedido, Evair foi direto nas críticas. Acusou o governo de manter uma política econômica “leniente e permissiva”, de fazer vista grossa para a má gestão e de usar as estatais como “instrumento de sustentação ideológica”, tudo isso, segundo ele, em desrespeito às regras de responsabilidade fiscal e à boa governança.

O parlamentar também criticou a narrativa que o governo tenta passar para a população. Segundo ele, o Palácio do Planalto tenta vender a ideia de que os déficits nas estatais seriam fruto de “investimentos estratégicos”, mas a realidade seria bem diferente. Evair fala em “falta de transparência, loteamento de cargos, desperdício generalizado” e uma perigosa dependência de dividendos das poucas estatais que ainda são superavitárias para esconder o desequilíbrio fiscal.

O tom de alerta subiu ainda mais quando o deputado citou que o próprio Ministério do Planejamento já admitiu que, se nada mudar, as despesas discricionárias devem acabar até 2027. Segundo ele, isso significaria, na prática, a paralisação total da máquina pública.

Por enquanto, o requerimento ainda precisa passar por votação no plenário da Câmara. Não há previsão de quando isso vai acontecer. Mas se for aprovado, Haddad será obrigado a comparecer e prestar os esclarecimentos exigidos.

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