O Rio Grande do Sul vive um novo pesadelo com as enchentes que voltaram a atingir o Estado com força total. Nesta quarta-feira (18), a Defesa Civil emitiu um alerta vermelho de risco máximo para as cidades de Lajeado e Estrela, no Vale do Taquari. O motivo é grave: o Rio Taquari já ultrapassou a cota de inundação e segue subindo a cada hora.
O cenário é de tensão e medo. De acordo com o último boletim, o nível do rio chegou a 18,92 metros pela manhã, faltando poucos centímetros para atingir a marca de 19 metros, considerada o ponto oficial de inundação. E o pior: a previsão aponta que o Taquari pode chegar a impressionantes 20,25 metros nas próximas horas.
Mais de 2,2 mil pessoas já estão fora de casa, entre desabrigados e desalojados, segundo a Defesa Civil estadual. A orientação é clara: ninguém deve voltar para casa nas áreas de risco. Em Lajeado, equipes da prefeitura passaram a madrugada em ação, retirando moradores que vivem perto do leito do rio. As evacuações estão sendo feitas até a altura da cota de 21 metros, como medida preventiva.
O medo de uma nova tragédia é real. O Vale do Taquari ainda não se recuperou das três grandes enchentes que aconteceram entre setembro de 2023 e maio de 2024, quando bairros inteiros foram destruídos, junto com casas, estradas, pontes e indústrias.
Desde a última segunda-feira (16), as chuvas não dão trégua. Já são duas mortes confirmadas, uma pessoa desaparecida e dezenas de municípios afetados. Ao todo, 58 cidades gaúchas enfrentam problemas como alagamentos, deslizamentos de terra e danos em rodovias.
E o problema não para no Vale do Taquari. Vários rios do Estado estão em estado crítico. Estão em cota de alerta os rios Quaraí, Ibicuí (em Manoel Viana), Jacuí (em Cachoeira do Sul), Taquari-Antas (de Santa Tereza a Encantado) e Caí (em Nova Palmira e Costa do Rio Cadeia).
Já os que ultrapassaram a cota de inundação incluem o Ibirapuitã (em Alegrete), Jaguari, Jacuí (em Dona Francisca), além do próprio Taquari (em Estrela e Lajeado) e o Caí (em São Sebastião do Caí e Montenegro).
O alerta das autoridades é direto: não arrisque, saia das áreas de risco e acompanhe os avisos oficiais. Enquanto o nível dos rios segue subindo, a população enfrenta mais uma vez o medo de reviver o que já foi um dos maiores desastres naturais da história recente do Estado.