O salário mínimo no Brasil subiu para R$ 1.518 em 2025. O aumento de R$ 106 em relação ao valor anterior representa um reajuste de 7,5%, acima da inflação acumulada. Na prática, isso parece bom, mas não agradou a todo mundo e o motivo está na nova regra que começou a valer este ano.

Até 2024, o cálculo levava em conta a inflação oficial, medida pelo INPC, somada ao crescimento do PIB. Ou seja, se a economia ia bem, o trabalhador também sentia um alívio no bolso. Mas isso mudou. Agora, mesmo que o PIB dispare, existe um teto de 2,5% para o crescimento das despesas públicas, o que acaba segurando o reajuste do salário mínimo.

Isso significa que, se a regra antiga ainda estivesse valendo, o valor do mínimo teria chegado a R$ 1.525 este ano. A diferença parece pequena, mas num país onde milhões vivem com o mínimo, ela pesa e muito.

O novo modelo, que tenta equilibrar as contas do governo, já está gerando críticas. Para alguns, ele engessa a valorização do salário e descola o aumento real das necessidades da população. Para outros, é uma forma necessária de manter a casa em ordem, especialmente após a aprovação do ajuste fiscal no fim de 2024.

E o impacto disso vai além do bolso direto do trabalhador. Aposentadorias, pensões, benefícios do INSS e programas sociais como o Bolsa Família usam o salário mínimo como referência. O reajuste também interfere em negociações salariais em diferentes setores, além de mexer com o orçamento público quanto maior o salário mínimo, maior o custo para o governo.

A grande pergunta agora é: tem como essa regra mudar de novo? Tecnicamente, sim. Se o governo decidir revisar as diretrizes fiscais ou mudar a legislação, o salário mínimo pode voltar a subir com base na soma do PIB e da inflação, sem o atual limite.

Enquanto isso não acontece, o valor vai continuar sendo calculado dentro do teto, equilibrando a conta entre valorizar o trabalhador e manter as finanças do país sob controle.

O tema já está sendo debatido por economistas, parlamentares e representantes de trabalhadores. E deve continuar em pauta, porque salário mínimo é mais do que um número: é o ponto de partida da renda de milhões de brasileiros.

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