Uma situação curiosa e inusitada gerou confusão em uma Unidade Básica de Saúde de Itajaí, no Litoral Norte de Santa Catarina. Uma mulher procurou atendimento levando uma boneca do tipo reborn, que pertence à filha de 4 anos, e pediu que fosse simulado o ato de vacinar o brinquedo, apenas para gravar um vídeo e publicar nas redes sociais.
De acordo com os relatos, a mulher chegou ao posto de saúde com a filha e a boneca hiper-realista, muito parecida com um bebê de verdade. A profissional responsável pelo atendimento, ao vê-las, solicitou a carteira de vacinação da criança, acreditando que se tratava de uma aplicação regular. No entanto, foi surpreendida pela mãe, que afirmou querer apenas uma encenação com a boneca.
Diante da recusa dos profissionais de saúde, que explicaram que os insumos médicos não podem ser utilizados em brincadeiras, a mulher se exaltou. Segundo os funcionários, ela chegou a dizer que não haveria problema em “abrir uma seringa, uma agulha e fingir que aplicou”, mas a equipe se manteve firme na negativa, destacando que o material é exclusivo para uso em seres humanos e não pode ser desperdiçado.
A criança, segundo a mãe, teria pedido que a boneca também recebesse a vacina. Ainda assim, os profissionais reforçaram que a unidade de saúde segue normas rígidas sobre o uso de seus recursos e que esse tipo de procedimento, mesmo que simbólico, não seria permitido.
As bonecas reborn, como a envolvida nesse episódio, são brinquedos hiper-realistas que têm ganhado popularidade nos últimos anos. Produzidas de forma artesanal, elas imitam bebês com riqueza de detalhes e podem custar milhares de reais. Muitas crianças criam vínculos afetivos com essas bonecas, tratando-as como se fossem reais.
Apesar do desconforto gerado, a situação não evoluiu para algo mais grave. No entanto, o caso reacende o debate sobre o limite entre o uso de espaços públicos e brincadeiras infantis. Profissionais da área lembram que postos de saúde são locais destinados a atendimentos reais e que cada insumo tem um propósito específico, ligado à segurança dos pacientes e à eficiência do sistema.
Esse episódio serve de alerta para que pais e responsáveis compreendam a importância de preservar o bom funcionamento dos serviços públicos, mesmo diante de pedidos inocentes das crianças.