Um dado vem chamando a atenção para o município de Tucano, no interior da Bahia: em abril de 2025, nada menos que 14.748 famílias foram beneficiadas pelo Bolsa Família. Agora vem o choque, se cada família tiver entre 3 e 3,5 pessoas, isso significa que entre 44 mil e 51 mil pessoas estariam recebendo o benefício. Só que, segundo o IBGE, a cidade tem 50.959 habitantes.

Ou seja, o número de pessoas cadastradas no programa praticamente bate com a população total da cidade e pode até ultrapassar. É um cenário que levanta muitas perguntas e inquietações.

O dado, além de curioso, joga luz sobre uma possível dependência extrema da população local em relação ao programa social, o que pode indicar fragilidade na economia de Tucano. Se tanta gente precisa do Bolsa Família para sobreviver, o que isso diz sobre as oportunidades de emprego e renda no município?

Essa situação também abre uma discussão importante sobre a precisão e o controle dos cadastros. Os dados refletem mesmo a realidade local? Estão atualizados e bem fiscalizados? Se o número estiver certo, mostra o tamanho do desafio social da cidade. Mas se houver inconsistências, aí entra um segundo problema: a eficácia e a transparência dos cadastros públicos.

Mais do que números, o caso de Tucano escancara a urgência de um debate sobre desenvolvimento sustentável em cidades pequenas e médias do Brasil, que muitas vezes dependem quase que exclusivamente de programas federais para manter sua população minimamente amparada.

É preciso olhar com atenção. Não só para entender o que está acontecendo, mas também para agir. Porque não dá para normalizar que praticamente toda uma cidade viva de auxílio, sem perspectiva de autonomia econômica ou de mobilidade social.

Com informações do Portal Sertão Quente Notícias

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