Foi preciso mais que guarda-chuva e capa de chuva para segurar o Red Bull Salzburg na estreia do Mundial de Clubes. Depois de encarar mais de uma hora e meia de paralisação por conta de dois alertas de tempestade em Cincinnati, o time austríaco voltou a campo e venceu o Pachuca por 2 a 1, garantindo os primeiros três pontos no grupo.
Antes mesmo de a bola rolar, o clima já avisava que a noite seria diferente. E quando o jogo finalmente começou, o Pachuca mostrou que não estava disposto a facilitar. A estratégia dos mexicanos foi clara: fechar a casinha e sair no contra-ataque. O problema é que, mesmo com pouca posse, os caras conseguiram criar chances perigosas.
Logo no início, o estreante Palavecino achou um passe primoroso para Rondón, que apareceu livre nas costas da defesa. O venezuelano invadiu a área e bateu cruzado, obrigando Zawieschitzky a fazer uma defesaça. No escanteio seguinte, a sobra caiu de novo nos pés de Rondón, mas o chute saiu por cima.
Enquanto o Salzburg rondava a área sem muita efetividade, Rondón seguia com faro de gol, e quase abriu o placar em uma cabeçada que explodiu no travessão. Os austríacos só foram assustar de verdade quando Gloukh resolveu aparecer. O meia invadiu o corredor central, cortou o marcador com categoria e bateu firme da entrada da área: 1 a 0, Salzburg, num castigo para o Pachuca, que já merecia melhor sorte.
Depois do gol, os mexicanos sentiram. A insegurança bateu, e por pouco não veio o segundo antes do intervalo. Baidoo teve a chance, driblou o goleiro, mas Rodríguez apareceu em cima da linha para salvar o Pachuca do prejuízo.
Na volta do intervalo, os Tuzos continuaram mostrando que o problema não era criar chances, mas sim finalizar com capricho. Logo nos primeiros minutos, Kenedy deixou Rondón cara a cara com o goleiro. O atacante tentou de novo o chute cruzado, mas dessa vez faltou força e Zawieschitzky agradeceu.
Quando o jogo parecia começar a pegar fogo, veio o balde de água fria – literalmente. O alerta de tempestade entrou em ação e tudo foi paralisado. O público teve que esperar mais de 90 minutos até a bola voltar a rolar. O curioso é que, na volta, quem parecia mais ligado era o Pachuca.
A equipe mexicana voltou elétrica e logo conseguiu o empate. Bryan González arriscou de longe em cobrança de falta, a bola desviou e o goleiro do Salzburg não conseguiu evitar: 1 a 1, tudo igual.
Com o empate, o cenário parecia favorecer os mexicanos. John Kennedy entrou em campo e o time dava sinais de que queria a virada. Mas, quando o Pachuca parecia mais perto do segundo gol, veio o golpe austríaco. Norgeles puxou jogada pela esquerda, cruzou, e Onisiwo subiu mais que a defesa para recolocar o Salzburg na frente: 2 a 1.
Dessa vez, os mexicanos não conseguiram reagir. O Pachuca, que teve volume de jogo e criou boas oportunidades, pagou caro pela falta de pontaria.
Agora, o Salzburg vai encarar o Al Hilal na próxima rodada, com a missão de segurar a liderança do grupo. Já o Pachuca vai ter pela frente o Real Madrid, num duelo onde o espaço para erros será ainda menor. Se quiser sonhar com classificação, os mexicanos vão precisar caprichar muito mais na hora de finalizar. Afinal, nem sempre dá pra culpar o clima.