A gente vive correndo, pulando de tarefa em tarefa, atolado de coisa pra fazer. No meio disso tudo, mal sobra tempo pra respirar, quanto mais pra reparar na beleza das coisas. Mas é justamente quando a vida aperta que a gente mais precisa parar e sentir aquele tipo de emoção que mexe por dentro: a admiração.
Admirar alguma coisa vai muito além de se surpreender. É aquele momento em que você se sente pequeno diante de algo grandioso, mas de um jeito bom. É o que acontece quando a gente olha pro céu lotado de estrelas, escuta uma música que arrepia ou vê alguém fazendo um gesto de pura generosidade. A ciência chama isso de “awe”, e garante que esse sentimento tem um baita poder de melhorar nosso bem-estar.
Quem já sentiu sabe: quando a gente admira algo de verdade, os problemas parecem encolher. A mente sai do modo ruminante e abre espaço pra emoções boas como gratidão, esperança e inspiração. Você se conecta com algo maior e percebe que o mundo não gira só em torno dos seus boletos ou das suas pendências.
E o mais legal? Você não precisa viajar pra um lugar paradisíaco nem ver um eclipse solar pra sentir isso. A admiração está escondida nos detalhes do dia a dia. Basta saber onde procurar e, principalmente, estar disposto a sentir.
Na natureza, por exemplo, é praticamente impossível não se emocionar. Olhar pro pôr do sol, escutar os pássaros cantando, ver uma flor desabrochando ou simplesmente sentir o vento batendo no rosto já é o bastante pra provocar aquele “uau” interior. Tudo isso está por aí, de graça, esperando pra ser notado.
A arte também é um gatilho poderoso. Uma pintura que toca fundo, uma música que te leva pra outro lugar, um filme que te faz chorar ou até uma arquitetura que impressiona. São formas de se conectar com a criatividade humana e lembrar que a beleza pode surgir de onde a gente menos espera.
E tem mais. A admiração aparece quando a gente vê atos de bondade. Quando alguém ajuda outra pessoa sem querer nada em troca, quando uma comunidade se junta pra apoiar quem precisa, ou quando você enxerga o amor de verdade em um gesto simples. Isso tudo toca fundo porque mostra do que o ser humano é capaz.
Aprender também pode ser um portal pra esse sentimento. Descobrir algo novo, entender como o corpo funciona, ver o tamanho do universo ou assistir a um documentário daqueles que explodem a cabeça. O conhecimento desperta admiração porque mostra o quanto ainda há pra explorar.
Até nas rotinas mais básicas dá pra encontrar algo admirável. O cheiro do café pela manhã, uma música familiar tocando ao fundo, a luz entrando pela janela, um bebê aprendendo a andar. Tudo isso pode ser motivo pra parar e simplesmente sentir.
Mas tem um segredo pra isso acontecer. Você precisa estar presente. De verdade. Sem o celular apitando, sem pensar no que vai fazer depois, sem correr. É aí que entra a tal da atenção plena, ou mindfulness. E não, não precisa sentar em posição de lótus. Basta fazer pequenas pausas no dia, prestar atenção no que está ao seu redor, respirar fundo e observar.
Tente fazer as coisas com mais calma. Comer prestando atenção nos sabores, andar reparando no caminho, ouvir uma música focando nos detalhes. Use os sentidos ao máximo. E se quiser reforçar esse hábito, anote num caderno os momentos em que sentiu admiração. Vai se surpreender com a quantidade de coisa bonita que passa despercebida.
No fim das contas, a admiração é um lembrete poderoso: a vida é maior que a nossa pressa. E quando a gente se permite sentir, tudo fica mais leve. Que tal procurar um desses momentos hoje? Eles estão aí, escondidos nos detalhes.