Um professor da rede estadual de ensino de Maringá, no Paraná, foi agredido por um aluno adolescente depois de tentar impedir que ele saísse da aula antes do horário. A agressão aconteceu na semana passada, mas só veio a público nesta quarta-feira (4).
Segundo o relato do professor, tudo começou quando ele questionou por que o estudante havia pegado a mochila e se dirigido à porta da sala, tentando sair por conta própria. “Salientei que há regras na escola. Enquanto conversava, ele deu um murro em meu nariz e me derrubou com um chute na perna”, contou à RPC. Antes disso, o aluno já tinha feito um gesto obsceno com o dedo do meio.
A agressão foi tão violenta que o professor precisou ser atendido pelo Samu e levado ao hospital. Ele está afastado das atividades desde então, por recomendação médica. Por segurança, o nome do professor está sendo mantido em sigilo, assim como a identidade do aluno, por se tratar de um menor de idade.
O caso está sendo investigado pela Delegacia do Adolescente de Maringá. O professor já passou por exame de corpo de delito, e a polícia vai ouvir testemunhas na próxima semana.
A Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed) confirmou o caso em nota e informou que o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária foi acionado imediatamente. A equipe pedagógica da escola também atendeu os envolvidos, e a mãe do estudante foi chamada para uma reunião com a direção. O aluno foi orientado sobre a gravidade da sua conduta, e tudo foi registrado em ata e encaminhado ao Núcleo Regional de Educação de Maringá.
A Seed lamentou o ocorrido, desejou pronta recuperação ao professor e reforçou que repudia qualquer tipo de violência nas escolas. A nota ainda afirmou que o governo está avaliando novas medidas para garantir um ambiente mais seguro e acolhedor nas unidades de ensino.
O Sindicato dos Professores e Funcionários de Escola do Paraná (APP-Sindicato) também se manifestou, chamando o episódio de “gravíssimo” e afirmando que o educador teve uma crise nervosa após o ataque. Segundo o sindicato, o problema vai além da agressão física: é resultado do acúmulo de pressões e da falta de apoio que os profissionais da educação enfrentam.
“O ambiente escolar virou um lugar de medo, violência e abandono institucional. Essa situação está adoecendo fisicamente e psicologicamente os educadores”, destacou o sindicato. Eles prometeram continuar cobrando ações concretas do governo para garantir segurança dentro das escolas.
O caso reacende o debate sobre o limite entre autoridade e respeito no ambiente escolar, e sobre o abandono que muitos professores sentem diante de situações de violência como essa.