O Corinthians está oficialmente na mira da Polícia Federal. Um inquérito aberto no fim de abril de 2025 investiga possíveis crimes contra a ordem tributária cometidos pelo clube, a pedido do Ministério Público Federal. A apuração está sob sigilo, mas envolve suspeitas de irregularidades fiscais que podem incluir omissão de informações à Receita, falsificação de documentos e não pagamento de tributos.

Segundo apurou o site “ge”, parte dessas dívidas foi parcelada em 2023, na gestão de Duilio Monteiro Alves, mas os pagamentos não teriam sido concluídos no ano seguinte, já sob o comando de Augusto Melo. Os dois ex-presidentes divulgaram notas afirmando que tomaram medidas jurídicas e negando qualquer irregularidade com intenção de fraude.

Enquanto isso, o Corinthians diz estar colaborando com a investigação e adotando todas as providências cabíveis.

A investigação usa como base a Lei 8.137/90, que trata de crimes contra a ordem tributária. Se houver comprovação de que houve fraude, as punições previstas vão de reclusão a multas pesadas. Entre os crimes analisados estão desde a não emissão de notas fiscais até declarações falsas sobre bens ou rendas.

O Ministério Público deu à PF um prazo de quatro meses para encerrar o inquérito, podendo ser estendido. Nesse tempo, serão analisados contratos, balanços financeiros, comprovantes de tributos e outros documentos contábeis. Dirigentes também serão ouvidos.

Caso fique claro que houve dolo, ou seja, intenção de enganar, o clube e seus ex-gestores podem ser responsabilizados criminalmente. As possíveis consequências vão além das punições legais: o Corinthians pode sofrer bloqueio de bens, sanções administrativas e até impactos na sua imagem institucional, o que atrapalha diretamente na captação de patrocínios e acordos comerciais.

Aliás, a crise já começou a respingar: o clube recebeu notificação de rompimento de patrocínio, o que aumenta a pressão nos bastidores.

Por outro lado, se ficar provado que se trata apenas de inadimplência sem intenção de fraude, o clube poderá negociar o pagamento da dívida com base na legislação tributária.

Duilio Monteiro Alves e Augusto Melo dizem que as pendências vêm de problemas financeiros antigos e que trabalharam para regularizar a situação. Ambos garantem que estão à disposição para esclarecer tudo.

O Corinthians, enquanto isso, segue tentando se equilibrar entre a pressão da torcida, a crise financeira e agora um inquérito federal que pode ter consequências sérias para o futuro do clube.

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