Tem muita coisa precisando mudar no universo das novelas no Brasil. E olha que não é de hoje. A queda na audiência e o desinteresse de parte do público mostram que aquele formato clássico, com duzentos e tantos capítulos, já não tem o mesmo brilho de antigamente.

Antigamente, fazer novela longa fazia todo o sentido. Era uma forma de diluir os altos custos de produção e manter a grade da televisão cheia por meses. Mas os tempos mudaram, e os hábitos do público também. Hoje, a dinâmica das séries, com temporadas mais enxutas e roteiros mais diretos, conquistou um espaço enorme. E a novela, para não ficar para trás, precisa acompanhar esse ritmo.

Fórmulas antigas, resultados estagnados

O problema é que muitos roteiristas e diretores ainda insistem em seguir regras e formatos que foram criados há quase um século. Claro que tradição tem seu valor, mas ignorar as mudanças no comportamento do público é um erro grave. O que funcionava nos anos 80 ou 90, hoje pode soar ultrapassado, cansativo e sem conexão com a realidade.

Não se trata apenas de modernizar os roteiros, mas também de rever a forma como as novelas são produzidas. Aquelas cidades cenográficas gigantescas, por exemplo, podem ser substituídas por cenários mais práticos ou mesmo gravações externas que aproveitam melhor os recursos da equipe.

Produção mais ágil, histórias mais envolventes

A boa notícia é que já existem alternativas viáveis. Tecnologias modernas permitem gravações mais ágeis, com menos equipamento e mais mobilidade. Isso reduz custos, acelera o processo e ainda dá um ar mais autêntico às cenas.

Ao mesmo tempo, o roteiro precisa deixar de lado os clichês e apostar em tramas mais humanas, com menos personagens e mais profundidade. Sabe aquelas histórias que prendem a gente do começo ao fim, como nas séries que a gente maratona? Pois é, esse é o caminho.

A novela das nove e o desafio do horário

Um dos pontos mais sensíveis é o famoso horário nobre da Globo, a faixa das 21h. Por muito tempo, ela foi a mais cobiçada e assistida da televisão brasileira. Mas hoje, o público dispersa entre streaming, redes sociais e outras opções.

Rever esse horário e a forma como ele é ocupado pode ser uma das chaves para recuperar a relevância perdida. Talvez seja a hora de experimentar formatos mais curtos, temporadas com intervalos ou mesmo uma linguagem mais moderna.

Novas produções, novas tentativas

Falando nisso, a Globo está prestes a iniciar as gravações de “Três Graças”, novela que vai substituir o remake de “Vale Tudo”. Escrita por Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva, a trama tem gravações marcadas para começar em breve, diretamente em São Paulo. A expectativa é grande.

Movimentação nos bastidores da TV

Enquanto isso, fora das novelas, os bastidores da televisão seguem agitados. O SBT tem feito convites a nomes da Band, como Gaby Cabrini e Felipeh Campos, em uma espécie de contra-ataque estratégico. Gaby, ao que tudo indica, não deve aceitar, mas as movimentações mostram que a disputa por talentos está mais viva do que nunca.

O “Melhor da Tarde”, por exemplo, ganhará uma nova versão entre julho e agosto, com Pâmela Lucciola dividindo a apresentação com Felipeh e outros nomes. Entre as novidades, Marcia Sensitiva, Carole Crema na cozinha e a volta de Marcia Goldschmidt diretamente da Espanha.

Estreias e novidades no ar

A TV Jovem Pan vai apostar no nome “Tempo Real” para o novo programa de Márcia Dantas, que estreia na próxima segunda-feira, às 14h. Já a Band também fechou com Renato Batalha para reforçar o time do “Brasil Urgente”.

Na Record, Mariana Godoy se despede do “Jornal da Record” nesta terça e volta ao “Fala Brasil” na quinta, ao lado de Paloma Poeta. Christina Lemos reassume o posto no jornal noturno.

Realities, streaming e novos horizontes

A Endemol Shine anunciou Chica Barros como nova diretora artística, reforçando sua atuação no universo dos realities. Já a Netflix prepara a estreia da série “The Gringo Hunters” para o dia 9, com a atriz brasileira Bia Borinn no elenco e Adrian Teijido na direção de fotografia.

Reflexão final: ou muda, ou para

O recado está dado: é hora de repensar tudo. A produção de novelas no Brasil precisa se reinventar, ou vai acabar ficando para trás. O público quer novidade, agilidade e histórias que façam sentido com o mundo de hoje.

Os profissionais envolvidos nesse universo sabem da responsabilidade que têm. E cabe a eles encontrar caminhos mais criativos, mais eficientes e mais coerentes com o tempo que vivemos. Porque do jeito que está, não dá mais.

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