A Netflix deu um passo que pode transformar o jeito como a gente consome conteúdo: a plataforma vai começar a exibir canais de TV ao vivo, começando pela França, em uma parceria inédita com o grupo francês TF1. A novidade deve chegar no verão europeu de 2026 e marca a primeira vez que o streaming integra programação de uma emissora tradicional ao seu catálogo.

E o melhor: sem custo extra para os assinantes.

A proposta é clara, centralizar tudo num só lugar. Filmes, séries, realities, novelas e agora também transmissões ao vivo, como eventos esportivos e telejornais, tudo direto no app da Netflix. O modelo vai funcionar de forma semelhante ao que o Globoplay já faz no Brasil, mas com uma integração ainda mais completa: além da programação ao vivo, o catálogo sob demanda da TF1 também será incorporado à Netflix.

Isso significa que o público francês poderá assistir a títulos como Stranger Things ou Lupin e, na sequência, pular para um episódio ao vivo de The Voice ou para a cobertura de um jogo de futebol, tudo sem trocar de plataforma.

A ideia, segundo especialistas, é unir o melhor dos dois mundos: a flexibilidade do streaming com a programação tradicional que muita gente ainda curte. A Netflix aposta que essa mistura pode ampliar o alcance da plataforma e atrair novos públicos, inclusive aqueles que ainda preferem o bom e velho zapping da TV.

No cardápio da TF1 estarão novelas francesas, realities famosos, produções jornalísticas e os grandes eventos ao vivo que movimentam o país. Essa fusão entre o conteúdo local e os blockbusters internacionais da Netflix promete deixar o catálogo mais diversificado e atrativo.

Por enquanto, essa experiência está restrita à França. Mas, se der certo, o modelo pode ser exportado para outros países. No Brasil, por exemplo, a integração entre TV ao vivo e streaming já é uma realidade no Globoplay e a Netflix deve observar com atenção como o público francês reage a essa novidade.

Claro que nem tudo são flores: o projeto levanta questões técnicas e legais. A Netflix terá que lidar com direitos autorais, transmissões esportivas licenciadas e estabilidade da plataforma para aguentar o fluxo ao vivo. Transmitir um episódio sob demanda é uma coisa. Lidar com milhões de pessoas assistindo o mesmo jogo ao mesmo tempo é outra história.

Também será preciso ajustar contratos, sublicenças e fazer bloqueios geográficos para evitar conflitos com acordos já existentes da TF1. Mas a expectativa é que essas questões sejam resolvidas até o lançamento oficial.

No fim das contas, essa mudança mostra como o mundo do entretenimento está evoluindo, e rápido. A Netflix não quer mais ser só um repositório de filmes e séries. Ela quer ser o lugar onde você assiste tudo, do lançamento mais esperado ao programa ao vivo que todo mundo está comentando no momento.

Se a aposta francesa vingar, a tendência é que outras emissoras pelo mundo comecem a negociar parcerias parecidas. E aí, quem sabe, a próxima TV ao vivo dentro do seu streaming favorito pode ser brasileira.

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