Raissa Suellen, de 21 anos, foi assassinada e enterrada em uma área de mata em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. O autor do crime, o humorista Marcelo Alves, confessou tudo à polícia e levou os agentes até o local onde escondeu o corpo da jovem, que foi encontrado enrolado em uma lona.
Natural de Paulo Afonso, na Bahia, Raissa morava em Curitiba há três anos e estava prestes a se mudar para Sorocaba, em São Paulo, para trabalhar. Em 2020, ela foi coroada Miss Serra Branca Teen.
Segundo a delegada Aline Manzatto, Marcelo conhecia Raissa desde a infância. Ele dava aulas de Kung Fu num projeto social na Bahia, onde os dois conviveram. Ao se mudar para Curitiba, ele convidou Raissa para também tentar a vida na capital paranaense.
No dia 2 de junho, Marcelo disse à polícia que buscou Raissa com a promessa de ajudá-la a conseguir um emprego em São Paulo. Os dois almoçaram juntos e depois foram para a casa dele. Lá, ele se declarou e, ao ser rejeitado e supostamente xingado, disse que perdeu o controle. Usou uma abraçadeira plástica para estrangulá-la.
“Ele deixou o corpo num cômodo e foi para outro. Dez minutos depois, voltou e ela já estava sem vida”, contou a delegada. Ainda segundo o depoimento, ele então enrolou o corpo em uma lona, amarrou com fita adesiva e chamou o próprio filho, que tentou convencê-lo a se entregar.
Mesmo assim, Marcelo colocou o corpo no porta-malas de um carro emprestado de um amigo. Com o filho no banco do carona, foi até a área de mata em Araucária e enterrou o corpo da jovem.
A defesa do suspeito, feita pelo advogado Caio Percival, afirmou que não houve premeditação. “Estamos falando de um crime passional. Marcelo é réu primário, tem bons antecedentes e nunca havia sido preso”, disse. Segundo ele, a confissão e o estado de “violenta emoção” após uma suposta provocação da vítima são fatores que devem pesar na hora da sentença.
O caso gerou comoção. Raissa tinha planos, sonhos e toda uma vida pela frente. Agora, a Justiça terá que lidar com mais um feminicídio marcado pela frieza e pela covardia.