O macarrão instantâneo, conhecido popularmente como miojo, pode até ser uma solução rápida e barata para matar a fome, mas seu consumo frequente está diretamente relacionado a problemas graves de saúde, incluindo diabetes, doenças cardíacas e síndrome metabólica.
Um estudo publicado no Asia Pacific Journal of Clinical Nutrition mostrou que adultos que consomem miojo com frequência têm até 48% mais risco de desenvolver síndrome metabólica, condição caracterizada por fatores como resistência à insulina, pressão alta, excesso de gordura abdominal e altos níveis de colesterol e triglicerídeos.
Consumo frequente eleva os riscos
A pesquisa, realizada pela Universidade Nacional de Gyeongsang, analisou os hábitos alimentares de mais de 10 mil adultos na Coreia do Sul. Os resultados apontaram que os consumidores regulares de macarrão instantâneo apresentaram 38% mais chance de ter triglicerídeos elevados, fator que contribui para doenças cardíacas, pancreatite e acúmulo de gordura no fígado.
Além disso, os cientistas destacam que a combinação de carboidratos refinados, excesso de gordura e sódio torna o produto um verdadeiro gatilho para o surgimento de doenças metabólicas e inflamatórias.
Por que o miojo faz mal à saúde?
O primeiro grande problema está no sódio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ingestão diária recomendada não deve ultrapassar 2 mil mg, mas uma única porção de miojo pode ultrapassar esse limite, aumentando o risco de hipertensão e de sobrecarga renal.
Outro ponto crítico são as gorduras saturadas e trans presentes no preparo. Elas elevam o colesterol ruim (LDL) e favorecem o surgimento de placas nas artérias, aumentando a probabilidade de infartos e derrames.
Por fim, os carboidratos de trigo refinado do macarrão instantâneo geram uma falsa sensação de saciedade, já que fornecem apenas energia rápida, sem vitaminas, fibras ou minerais essenciais. O resultado é um corpo cheio de calorias vazias, mas pobre em nutrientes.
Miojo no dia a dia: qual a frequência segura?
Especialistas destacam que comer miojo de forma esporádica não traz grandes riscos, mas quando ele passa a ser um alimento diário, os efeitos nocivos se acumulam. A longo prazo, esse hábito pode levar a problemas como diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares.
Uma alternativa para reduzir os danos é substituir os temperos industrializados que acompanham o pacote por ervas naturais e vegetais frescos, além de consumir o macarrão apenas ocasionalmente, sem que ele seja a base da alimentação.
Alimentação equilibrada como prevenção
Para evitar complicações de saúde, médicos e nutricionistas reforçam a importância de uma dieta equilibrada, com base em alimentos naturais como frutas, legumes, verduras, cereais integrais e proteínas magras.
Embora o miojo seja prático e barato, ele está longe de ser uma opção saudável. O consumo frequente pode transformar a conveniência em uma armadilha silenciosa para o organismo, abrindo caminho para doenças graves que comprometem a qualidade de vida.