A cidade de Graz, na Áustria, viveu uma das manhãs mais trágicas de sua história nesta terça-feira (10), quando um jovem de 21 anos, ex-aluno de uma escola pública local, entrou armado e disparou contra colegas e funcionários, matando 9 pessoas e ferindo outras 12, antes de tirar a própria vida. Entre as vítimas fatais, estão quatro homens e seis mulheres.
O ataque aconteceu por volta das 10h (horário local), e mobilizou mais de 300 policiais, 56 deles chegando ao local em poucos minutos após os primeiros disparos. Segundo as autoridades da Estíria, o atirador usou duas armas legalmente adquiridas: uma pistola e uma espingarda.
A polícia confirmou que o atirador agiu sozinho. Ainda não se sabe o que o motivou. Ele teria atirado contra colegas de sua antiga turma, conforme apurou o jornal austríaco Salzburger Nachrichten.
Enquanto alunos eram retirados às pressas e levados a um ponto de encontro com os pais, os socorristas corriam para salvar os feridos, alguns em estado crítico. O local foi isolado para investigação.
A prefeita de Graz, Elke Kahr, chamou o massacre de “tragédia horrível” e confirmou que estudantes e adultos estão entre os mortos. O chanceler austríaco, Christian Stocker, descreveu o episódio como um “hediondo ataque” e decretou três dias de luto oficial.
“Este é um dia sombrio na história de nosso país”, declarou Stocker, enquanto o presidente Alexander Van der Bellen falou em “horror que atinge o coração da Áustria”.
A ministra austríaca Beate Meinl-Reisinger, visivelmente abalada, se manifestou nas redes: “É incompreensível e insuportável. Minha solidariedade e meu luto vão para as vítimas e suas famílias. Como mãe de três filhos, isso parte meu coração.” Ela chamou o ataque de “massacre”.
As armas de fogo são relativamente comuns entre civis na Áustria. Segundo o Small Arms Survey, o país tem cerca de 30 armas para cada 100 pessoas. A legislação, embora restritiva em alguns pontos, permite o uso de pistolas e rifles com autorização. Metralhadoras e espingardas de ação por bombeamento, por outro lado, são proibidas.
O ministro do Interior, Gerhard Karner, anunciou que viajará para Graz ainda hoje. O ataque lembra outros episódios violentos no país: em 2020, um jihadista matou quatro pessoas em Viena; e em 1997, um mecânico assassinou seis pessoas antes de se suicidar em Mauterndorf.
O governo brasileiro também se pronunciou, afirmando que tomou conhecimento com pesar do ataque. “Reitera seu firme repúdio a qualquer ato de violência” e expressou solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao governo da Áustria. O plantão consular em Viena está à disposição para atender brasileiros no país. Até o momento, não há confirmação de vítimas brasileiras.
As investigações continuam, com foco em entender o que levou o jovem ex-aluno a transformar a escola em um cenário de guerra.