O Ministério das Relações Exteriores manifestou, em nota divulgada nesta terça-feira, sua veemente condenação à ameaça dos Estados Unidos de impor sanções econômicas ou utilizar a força contra o Brasil. A declaração surge em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de envolvimento em uma trama golpista.
O Itamaraty enfatizou o repúdio do governo brasileiro a qualquer tipo de interferência estrangeira na soberania nacional. O comunicado ressalta que a proteção da liberdade de expressão passa, necessariamente, pela defesa da democracia e pelo respeito à vontade popular expressa nas urnas. Afirma, ainda, que os três poderes da República não se deixarão intimidar por atentados à soberania brasileira, repudiando a tentativa de instrumentalização de governos estrangeiros por forças antidemocráticas com o objetivo de coagir as instituições nacionais.
A secretária de imprensa da Casa Branca havia afirmado que a liberdade de expressão é uma prioridade máxima para o governo norte-americano, mencionando o julgamento de Bolsonaro. Ela declarou que o presidente dos EUA não hesitará em usar o poderio econômico e militar do país para proteger a liberdade de expressão globalmente.
Em discurso recente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou aqueles que “tiveram a pachorra de mandar gente para os Estados Unidos para falar mal do Brasil e para condenar o Brasil”, em referência ao julgamento em curso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A ministra de Relações Institucionais também se manifestou, criticando a declaração do governo dos Estados Unidos sobre o possível uso da força e classificando como “cúmulo” a articulação do deputado federal Eduardo Bolsonaro para que os EUA sancionem o Brasil.
O STF retomou o julgamento de Bolsonaro e dos demais réus, com os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votando pela condenação. A sessão foi suspensa e será retomada amanhã para os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br