Conseguir a tão sonhada cidadania italiana nunca foi fácil, mas agora, em 2025, ficou ainda mais restrito. Com as novas regras, o governo italiano decidiu apertar o cerco para quem tenta o reconhecimento da nacionalidade por descendência. A ideia é reduzir fraudes e garantir que apenas quem realmente tem direito possa conquistar o passaporte europeu.

A principal mudança está na clareza (e na rigidez) dos critérios. O famoso “jus sanguinis”, que garante o direito pela linhagem de sangue, continua valendo, mas com limitações bem definidas. Filhos, netos e bisnetos de italianos seguem tendo direito. Já os tataranetos (trinetos) agora enfrentam um processo muito mais complicado, com análise extraordinária e específica.

Ter sobrenome italiano? Não se iluda: isso não é garantia de nada

Muita gente acha que basta ter um sobrenome como Rossi, Bianchi ou Esposito pra facilitar as coisas. Não é bem assim. O que realmente importa é a documentação que comprove, passo a passo, o vínculo com o antepassado nascido na Itália. Sem os papéis certos, o sobrenome vira só um detalhe no meio de um processo bastante criterioso.

Como funciona o tal “direito de sangue”?

O sistema italiano de cidadania é bem diferente do que vemos em outros países. Enquanto muitos usam o “jus soli” (o direito pelo local de nascimento), a Itália prioriza o laço sanguíneo. Isso significa que, se seu ancestral italiano era cidadão na época do nascimento dos filhos dele, o direito pode ser passado de geração em geração.

Mas tem uma pegadinha para quem tem descendência materna: só os nascidos depois de 1º de janeiro de 1948 podem reivindicar a cidadania pela linha materna. Isso por causa de uma mudança na legislação italiana que entrou em vigor nessa data.

Quais documentos são exigidos com as novas regras?

Se antes o processo já era burocrático, agora o volume de papel aumentou. Quem quiser entrar com o pedido precisa apresentar:

  • Certidões de nascimento, casamento e óbito de todos os familiares da linha de descendência, todas traduzidas e apostiladas.
  • Documentos de identidade atualizados do requerente.
  • Certidão negativa de naturalização do antepassado italiano (pra provar que ele não virou brasileiro antes do nascimento dos descendentes).
  • Comprovante de residência, caso o processo seja feito fora da Itália.
  • Formulários oficiais exigidos pelo consulado ou comune.
  • E agora, um novo item obrigatório: um demonstrativo completo da árvore genealógica, com todos os nomes, datas e vínculos familiares.

Além disso, quem tiver algum erro de grafia ou divergência nas certidões vai precisar apresentar retificações judiciais, o que pode atrasar ainda mais o processo.

Como é o passo a passo pra dar entrada na cidadania?

O processo pode ser feito no Brasil ou direto na Itália, mas o caminho é longo:

  1. Entrar no site do consulado da sua região.
  2. Preencher o formulário de inscrição.
  3. Enviar a documentação digitalizada.
  4. Esperar a convocação para entregar os documentos originais.
  5. Comparecer ao consulado ou comune e, se for o caso, fazer uma entrevista.
  6. Aguardar… e aguardar mais um pouco.

Com a atualização de 2025, agora existe uma etapa obrigatória de checagem de antecedentes nos bancos de dados nacionais e regionais na Itália, além de possíveis entrevistas extras para esclarecer dúvidas sobre o parentesco.

No Brasil, onde a fila é longa, o processo pode levar anos. Por isso, quem tem pressa opta por fazer tudo diretamente na Itália, desde que consiga permanecer no país durante o trâmite.

Ter sobrenome italiano ajuda? Infelizmente, não

Por mais que pareça injusto, a legislação é clara: sobrenome não é prova de nada. Mesmo quem tem um sobrenome super típico italiano precisa apresentar toda a documentação exigida. E quem não tem sobrenome italiano, mas tem o vínculo sanguíneo comprovado, também pode conseguir a cidadania. O que vale, no fim das contas, é a árvore genealógica bem montada e os documentos corretos.

Por que tanta gente ainda enfrenta o processo?

O esforço compensa para quem busca novas oportunidades na Europa. Com a cidadania italiana, é possível trabalhar, estudar e circular legalmente por vários países da União Europeia. Sem falar no acesso facilitado a universidades, empregos e até a possibilidade de empreender por lá.

Se você está pensando em entrar nessa jornada, a dica é simples: prepare-se para um processo detalhado, demorado e cheio de exigências… mas que pode abrir portas para uma vida completamente nova.

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