O clima entre Irã e Estados Unidos escalou de vez. Nesta segunda-feira (23), o Irã lançou mísseis contra bases militares americanas localizadas no Catar e no Iraque. A base de Al Udeid, no Catar, considerada a maior instalação militar dos EUA na região, com mais de 10 mil soldados, foi um dos principais alvos.
Segundo informações do site norte-americano Axios e também de fontes israelenses, ao menos seis mísseis foram disparados contra a base. Testemunhas relataram fortes explosões em Doha, a capital do Catar, logo após o ataque. O episódio aumentou ainda mais a tensão no Golfo Pérsico.
De acordo com a agência iraniana Tasnim, a ofensiva foi batizada de “Anunciação da Vitória”. O Irã deixou claro que o ataque foi uma resposta direta à operação militar conduzida pelos Estados Unidos dois dias antes, na noite de sábado (21).
Na chamada operação Martelo da Meia-Noite, a força aérea americana bombardeou instalações nucleares iranianas em Fordow, Natanz e Esfahan. O ataque contou até com o uso de bombas de penetração maciça. O Pentágono revelou ainda que usou bombardeiros como isca, numa estratégia para enganar as defesas iranianas e garantir o elemento surpresa.
A Casa Branca, por sua vez, confirmou que já havia alertas de inteligência sobre a possibilidade de uma retaliação iraniana. O governo americano afirmou estar monitorando de perto todas as ameaças contra a base de Al Udeid.
Os Emirados Árabes Unidos também se manifestaram, dizendo que estão acompanhando os desdobramentos da situação.
A tensão não parou por aí. Israel, que apoiou publicamente a ação dos Estados Unidos, fez questão de demonstrar sua posição na crise. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi direto: elogiou o ex-presidente Donald Trump pelo ataque às instalações nucleares iranianas e afirmou que a ação “mudará a história”.
Como resposta à retaliação do Irã, Israel realizou uma ofensiva simbólica: explodiu a porta de uma prisão no Irã, onde opositores ao regime estavam detidos.
Com ataques e contra-ataques em ritmo acelerado, a crise no Oriente Médio atinge um novo nível de instabilidade. A comunidade internacional segue em alerta, temendo os próximos passos dessa escalada.