O ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, declarou que o governo federal já monitorava possíveis irregularidades nas aposentadorias desde 2023. As denúncias chegavam ao Ministério por meio da ouvidoria e da plataforma Meu INSS.
Em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, Lupi afirmou que não tinha conhecimento da real dimensão da fraude. Ele ressaltou que investigações da Polícia Federal, abertas em 2016 e 2020 para apurar fraudes na Previdência, foram arquivadas.
O ex-ministro garantiu que o presidente da República só tomou conhecimento das irregularidades no dia da operação deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) contra os descontos não autorizados em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.
Na CPMI, Lupi admitiu que a instrução normativa elaborada pelo INSS em 2024, que visava estabelecer critérios para os descontos de mensalidades associativas nos benefícios previdenciários, não alcançou os resultados esperados. “Falhamos em ter uma ação mais enérgica do INSS para coibir”, declarou.
Lupi, que foi ministro da Previdência entre 2023 e 2025 e pediu demissão do cargo em maio deste ano, enfatizou que não foi denunciado nem citado nas investigações.
Durante a CPMI, Lupi defendeu a revisão dos descontos de créditos consignados nos benefícios de aposentados e pensionistas.
A CPMI aprovou requerimentos para convidar ou convocar todos os ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do INSS desde 2015, além de todos os presidentes das entidades associativas acusadas dos desvios.
Em abril deste ano, a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram operação para combater um esquema de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Estima-se que entidades investigadas tenham descontado cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Mais de 4 milhões de beneficiários declararam não ter autorizado os débitos em folha.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br