O Fluminense fez quase tudo certo. Jogou melhor, criou chances, foi mais perigoso e empurrou o Borussia Dortmund para trás. Mas como o “quase” tem sido um velho conhecido dos sul-americanos contra os europeus, o Tricolor das Laranjeiras estreou no Mundial com um empate sem gols nesta terça-feira. O resultado na abertura do Grupo F ficou barato para os alemães, que saíram de campo aliviados por ainda estarem vivos no torneio.

Logo nos primeiros minutos, o Flu mostrou que não estava ali para passeio. A equipe de Fernando Diniz entrou com marcação alta, sufocando a saída de bola dos alemães e fazendo a bola girar com rapidez no ataque. Os dez minutos iniciais foram um recado claro: o Borussia Dortmund ia ter que suar.

Jhon Arias, mais uma vez, foi o motor do time. Inspirado, o colombiano abriu espaço na defesa adversária com arrancadas e tabelas rápidas. Por pouco não transformou a superioridade em gol. Foram pelo menos duas boas chegadas com perigo, obrigando Kobel a trabalhar mais do que gostaria.

Enquanto isso, o Dortmund parecia sem solução. Tentou se livrar da pressão com bolas longas, mas a defesa tricolor estava atenta. Cada vez que a bola chegava aos atacantes alemães, aparecia um pé brasileiro para cortar. A primeira etapa foi uma aula de organização defensiva e intensidade ofensiva do Fluminense.

O time carioca terminou o primeiro tempo com oito finalizações contra apenas duas dos alemães, que, por sua vez, só conseguiram equilibrar a posse de bola na base do toque para o lado, sem conseguir furar o bloqueio.

Veio o segundo tempo e o roteiro foi parecido. O Fluminense controlou o jogo, ficou com a bola, mas começou a pecar nas finalizações. A grande chance veio em um contragolpe puxado por Arias, que deixou Everaldo na cara de Kobel. Só que, ao invés de bater de primeira, o centroavante preferiu esperar Canobbio chegar, e o uruguaio chutou fraco, nas mãos do goleiro.

Pouco depois, Everaldo quase se redimiu com um chute colocado no canto, que obrigou Kobel a fazer mais uma defesa difícil. Diniz mexeu no time, colocou Germán Cano e Kevin Serna, tentando dar mais agressividade ao ataque. Serna até levou velocidade ao lado direito e tentou algumas jogadas individuais, mas faltou conexão com Cano, que mal viu a cor da bola.

Na reta final, o desgaste físico começou a pesar dos dois lados. O Fluminense já não tinha a mesma força para pressionar e o Dortmund tentou sair um pouco mais, mas também não teve pernas para criar algo relevante. O empate por 0 a 0 acabou sendo o retrato fiel de um jogo em que só um time tentou jogar de verdade.

Agora, o Fluminense volta a campo no sábado, contra o Ulsan Hyundai, precisando transformar esse domínio em gols para seguir vivo na competição. Porque jogar bem e não ganhar pode até render aplausos, mas no Mundial, o que conta mesmo é bola na rede.

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