A dipirona, também conhecida pelo nome comercial Novalgina, é um dos medicamentos mais usados no Brasil para tratar dor e febre. Mesmo sendo comum nas farmácias brasileiras e até vendida sem receita, ela é proibida em países como Estados Unidos, Japão, Austrália e boa parte da Europa. Mas por que isso acontece?

A resposta está ligada a um efeito colateral raro, mas potencialmente grave: a agranulocitose. Essa condição provoca uma queda brusca no número de glóbulos brancos do sangue, que são fundamentais para a defesa do organismo. Quando isso acontece, o corpo fica muito mais vulnerável a infecções sérias, que podem até levar à morte.

Apesar de ser um risco pouco comum, as estimativas variam bastante, indo de 1 em cada 1.000 até 1 em 1.000.000 de usuários, o potencial de gravidade é o que preocupa os órgãos reguladores de saúde. Em muitos desses países, a decisão de banir a dipirona foi baseada em uma postura mais preventiva, já que existem outros analgésicos e antitérmicos considerados mais seguros e amplamente disponíveis.

No Brasil, no entanto, o cenário é diferente. A dipirona continua sendo amplamente utilizada e aprovada pela Anvisa, que considera o benefício do medicamento superior aos riscos, desde que usado corretamente. Para se ter ideia da popularidade, em 2022 foram vendidas mais de 215 milhões de doses do remédio no país.

Além da Novalgina, outros medicamentos muito conhecidos pelos brasileiros, como Dorflex e Neosaldina, também contêm dipirona em sua fórmula.

Portanto, mesmo sendo eficaz e muito usada por aqui, é importante lembrar que a dipirona deve ser usada com responsabilidade, respeitando a dosagem recomendada e, de preferência, com orientação médica, especialmente para pessoas com histórico de reações alérgicas ou problemas de saúde mais delicados.

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