O deputado federal Félix Mendonça (PDT-BA) está no centro de uma nova fase da Operação Overclean, deflagrada nesta sexta-feira (27) pela Polícia Federal. A investigação aponta possíveis irregularidades no repasse de emendas parlamentares para três municípios da Bahia.

A ação é conjunta entre a PF, a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União. Segundo os investigadores, o assessor do deputado seria o principal operador financeiro do esquema. O nome dele é Marcelo Chaves Gomes, que foi afastado do cargo e também teve mandado de busca e apreensão cumprido.

Ao todo, foram 16 mandados executados em Salvador e nas cidades baianas de Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga. Três servidores públicos foram afastados de suas funções como medida cautelar.

Entre os nomes envolvidos, estão prefeitos e ex-prefeitos. Humberto Raimundo Rodrigues de Oliveira, prefeito de Ibipitanga, e Alan Machado, prefeito de Boquira, foram afastados. Marcel José Carneiro de Carvalho, ex-prefeito de Paratinga, também foi alvo de buscas. Na casa dele, em Salvador, os agentes encontraram dinheiro guardado em uma gaveta de armário.

Além de agentes públicos, empresários e empresas suspeitas de participação no esquema também estão sendo investigados. Os crimes apurados vão de corrupção ativa e passiva a peculato, fraude em licitações e lavagem de dinheiro. Há ainda indícios de organização criminosa.

O caso corre sob relatoria do ministro Kassio Nunes Marques, no Supremo Tribunal Federal. Foi ele quem autorizou a quebra do sigilo telefônico de Félix Mendonça, além do cumprimento dos mandados.

Em nota, o deputado negou qualquer irregularidade por parte dele ou de seu assessor. Ele afirma que os repasses de emendas foram feitos legalmente e que os recursos devem ser aplicados de forma correta pelos municípios beneficiados. Félix Mendonça disse ainda que a única intenção é o ganho político legítimo e que está colaborando com as investigações.

A reportagem do g1 tentou contato com as defesas dos demais investigados, mas até o momento não obteve retorno.

A operação ainda está em andamento, e novas informações devem surgir à medida que o material apreendido for analisado. Por enquanto, o caso já lança mais um capítulo sobre o uso de emendas parlamentares no país, que muitas vezes acabam virando moeda de troca ou alvo de fraudes milionárias.

Com informações do Portal G1 (globo.com)

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