O torcedor tricolor começou o dia com selfie e festa na Times Square, mas terminou com o coração na mão no MetLife Stadium. O Fluminense saiu na frente, levou uma virada inesperada, quase se complicou de vez, mas achou forças para reverter o placar e vencer o Ulsan Hyundai por 4 a 2, assumindo a liderança do grupo no Mundial de Clubes.
Com o resultado, o Flu chegou aos mesmos quatro pontos do Borussia Dortmund, mas com um saldo de gols um pouquinho mais generoso. Agora, basta um empate contra o Sundowns na última rodada para garantir a vaga. Claro, uma vitória com bom saldo também cai bem, pensando na briga pela liderança.
Flu começa mandando no jogo… até se perder
Assim como na estreia, o Fluminense começou com aquela pressão que costuma empolgar a torcida. O time de Diniz foi pra cima, com Ganso distribuindo o jogo e Arias flutuando bem entre as linhas. As triangulações com os laterais e os pontas deram trabalho para a defesa sul-coreana logo de cara.
Ganso teve as primeiras chances claras. Em duas boas finalizações, parou em defesas seguras de Hyeon-woo, que já mostrava que ia ser uma noite longa para o ataque tricolor.
A insistência carioca acabou recompensada na bola parada. Martinelli cavou falta na entrada da área e Arias, com categoria, mandou no ângulo. 1 a 0, justo pelo que se via em campo.
O problema é que o Fluminense, ao invés de aproveitar o bom momento, começou a esbarrar nas próprias limitações. Serna até tentava lances individuais pela esquerda, mas pecava na decisão final. Cano, então, nem se fala: partida bem abaixo do artilheiro, que parecia desligado.
E aí, na primeira chegada dos sul-coreanos, o castigo. Won-sang fez boa jogada pela direita e, numa sequência de falhas defensivas, Jin-hyun empatou no primeiro chute do Ulsan no jogo.
O golpe abalou o Flu. E piorou logo depois. Já perto do intervalo, Jin-hyun cruzou da esquerda e, com toda a liberdade do mundo, Won-sang mergulhou de peixinho para virar o placar: 2 a 1. Um jogo que estava controlado virou drama de um minuto para o outro.
Keno muda o jogo e Flu renasce
No segundo tempo, Diniz mexeu. Everaldo entrou para formar dupla com Cano, mas a coisa não funcionou muito bem de imediato. O Ulsan passou a explorar os contra-ataques e levava perigo nas costas da defesa tricolor, que subia com tudo, mas tinha dificuldade pra recompor.
A salvação veio com a entrada de Keno, que mudou a dinâmica ofensiva. Pela esquerda, ele começou a ganhar todos os duelos individuais e deu outra cara ao ataque.
Foi dele a jogada do gol de empate. Keno cruzou da canhota, a defesa sul-coreana falhou no corte e Nonato, com categoria, bateu no canto para deixar tudo igual: 2 a 2.
O Flu quase virou logo depois. Cano perdeu um daqueles gols que ele normalmente não perde. Peixinho na pequena área, bola pra fora. A torcida já começava a perder a paciência.
O problema é que, na ânsia de virar, o Flu ficou cada vez mais exposto. O Ulsan teve chances claras em contra-ataques, aproveitando a falta de velocidade da defesa carioca. Era um jogo totalmente aberto, com risco para os dois lados.
Virada com herói improvável e alívio final
Quando o empate já parecia um mal menor, surgiu um nome inesperado. Freytes, que fazia boa partida, apareceu na pequena área depois de um chute torto de Cano e empurrou pra dentro: 3 a 2.
Com o Ulsan entregue emocionalmente, o Fluminense foi pra cima pra matar o jogo. E matou. Nos acréscimos, Nonato puxou contra-ataque, Arias girou bem na área e cruzou para Keno, de cabeça, fechar o placar em 4 a 2.
Pra não dizer que faltou emoção até o último segundo, ainda teve uma defesaça de Fábio, garantindo que o susto não fosse ainda maior.
No fim, alívio geral e festa de novo para os tricolores, que agora têm a classificação nas mãos. Mas fica o aviso: se continuar vacilando como hoje, pode não ter milagre que segure nas próximas fases.