A Justiça da Argentina bateu o martelo: Cristina Kirchner deve ser presa. A ex-presidente, que já tinha sido condenada por duas instâncias, estava em liberdade enquanto aguardava a decisão final da Suprema Corte. Agora, com a rejeição do recurso, não tem mais saída.

A resposta da ex-presidente foi imediata. Chamou os apoiadores às ruas, e, segundo o jornal Clarín, já há bloqueios em rodovias que levam a Buenos Aires. Ela recebeu a notícia na sede do Partido Justicialista, onde dezenas de simpatizantes se reuniram para prestar apoio.

Na semana passada, Cristina havia anunciado que queria tentar uma vaga como deputada nas eleições legislativas de setembro. Mas o plano político foi por terra. Com a decisão da Corte, ela está inelegível. Simples assim.

Cristina governou a Argentina de 2007 a 2015. Depois, voltou como vice-presidente entre 2019 e 2023, no governo de Alberto Fernández. Agora, aos 71 anos, ainda pode tentar converter a pena em prisão domiciliar, por conta da idade.

A condenação é por corrupção. De acordo com a Justiça, Cristina favoreceu um empreiteiro da província de Santa Cruz, berço político da família Kirchner. O empresário teria vencido 51 licitações de obras públicas num período em que Cristina, e antes disso seu marido Néstor Kirchner, comandavam o país. A acusação é pesada: formação de organização criminosa e administração fraudulenta entre 2003 e 2015.

O prejuízo estimado aos cofres públicos é de US$ 1 bilhão. A ex-presidente nega tudo. Diz que o processo foi uma farsa desde o início e acusou os juízes de atuarem como um “pelotão de fuzilamento”.

A decisão da Suprema Corte marca um ponto de virada na política argentina. Cristina, uma das figuras mais influentes do país nas últimas décadas, agora enfrenta não só a perda dos direitos políticos, mas também a real possibilidade de ser presa.

Enquanto isso, os próximos dias devem ser de tensão nas ruas. Seus apoiadores prometem não deixar barato.

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